O maior dos mitos…

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Você acreditou no mito. No mito da gripezinha, da cloroquina, da vacina que mata. Acreditou que imunizar criança é crime, que máscaras não reduzem o contágio, que a pandemia não passou de uma farsa comunista. Acreditou que o Centrão era inimigo e, depois que virou amigo, passou a acreditar nele também. Acreditou que as eleições de 2014 e 2018 foram fraudadas, mesmo que ninguém tenha apontado qualquer indício de irregularidade. Acreditou que os auxílios não foram tentativa de compra de votos, que as intervenções nas estatais jamais tiveram viés populista, que a blindagem por parte do congresso foi conquistada por razões meramente ideológicas. Acreditou serem falsas todas as pesquisas que sempre apontaram Bolsonaro atrás na corrida presidencial. Acreditou no “datapovo” – prova inconteste de que ele seria eleito no primeiro turno –, nas mensagens do Telegram e do Whatsapp, em toda e qualquer teoria da conspiração compartilhada por sua bolha.

Passada a eleição, você passou a considerar democráticas as paralisações de rodovias. Acreditou no mito das 72 horas de vigília, dos 20 milhões de curtidas no site do exército, do artigo 142. Acreditou na palavra de um argentino que apresentou dados sem qualquer credibilidade. Acreditou que uma revolução estava sempre prestes a acontecer, que a (sua) verdade – mais cedo ou mais tarde – viria à tona, que o tão esperado relatório das forças armadas traria informações que justificassem um golpe militar. Você ainda acredita em tudo isso, mesmo que todas as evidências mostrem o contrário. Você acredita – e continuará acreditando – na ditadura em nome da liberdade, no fechamento das instituições em nome da democracia, no fim dos “esquerdopatas” em nome da família e das “pessoas de bem”.

De tanto acreditar nos mitos, você se tornou o maior deles.

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