Pesquisa escolar…

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– Pai, mãe, minha professora me pediu uma pesquisa sobre os 28 anos do Plano Real. Vocês podem me ajudar?

– Puxa, tem tanto tempo assim? Eu me lembro como se fosse hoje.

– Você já tinha nascido, pai?

– Há muito tempo, querido. Eu e seu pai vivemos o tempo da hiperinflação. A gente tinha que fazer todas as compras logo que recebesse o salário. No dia seguinte tudo estava mais caro.

– Mas… hoje em dia também não é assim?

– Tô falando que na escola desse menino só tem comunista…

– Ariovaldo, para de falar bobagem. Filho, mesmo a inflação alta como está hoje não chega nem perto da daquele tempo. Era uma loucura.

– Quem era o presidente?

– O Itamar Franco. Mas quem levou a fama foi o comunista do Fernando Henrique.

– Ariovaldo, que mania de chamar todo mundo de comunista.

– Quem era Fernando Henrique, mãe?

– O ministro da economia da época. Foi eleito presidente naquele mesmo ano.

– Ministro igual ao Paulo Guedes?

– Sim, só que o Paulo é o melhor economista do mundo, e o FHC não passa de um esquerdista.

– Ariovaldo, não atrapalha o trabalho do menino.

– Mãe, por que o Plano Real deu certo?

– Nossa, querido, foram muitos fatores. Foi um plano elaborado por muita gente competente, contou com o apoio maciço do congresso e da população, mas acho que o mais importante foi ter conseguido mudar a cultura inflacionária do país.

– Não tinha ninguém contra?

– Só os petistas, como sempre.

– Eles e o Bolsonaro, né, Ariovaldo?

– Por que eles eram contra, pai?

– Os petistas porque são burros. O mito porque ainda era muito jovem.

– Há pouco tempo ele disse que não se arrependia daquele voto, Ariovaldo.

– Dirce, não atrapalha o trabalho do menino.

– Nesses anos todos, o Plano Real correu algum risco de acabar?

– Ah, vários, principalmente com os ladrões do PT no governo.

– Quais riscos, pai?

– O Brasil teve uma presidente muito incompetente, filho. Ela quase destruiu o Real e o país.

– O que ela fez?

– Putz… tanta bobagem… ela interferiu nos preços da Petrobrás…

– Igual ao Bolsonaro?

– Dirce, acho que vou trocar esse garoto de escola…

– Continua respondendo a pergunta dele, homem.

– Bom, o governo dela gastava muito mais do que arrecadava, dava dinheiro pros pobres só pra conseguir votos, achava que era possível reduzir preços por decreto, e jogava as dívidas que podia pra frente pra tentar escapar das leis de responsabilidade fiscal.

– Mas, pai… eu ouvi no rádio que uma lei aprovada ontem tinha tudo isso que você falou. Essa presidente ainda faz parte do governo?

– Chega, moleque. Já te falei que a única rádio de notícias que você pode ouvir é a Jovem Pan. E amanhã eu vou dar um jeito de marcar uma reunião com a sua professora.

– Mas, pai, ainda falta perguntar sobre o crescimento do PIB nos governos que vieram depois do Real.

– Volta aqui, Ariovaldo. Volta aqui.

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