Papo recorrente…

FB_IMG_1694625625886– Finalmente, hein?

– Vim assim que pude. Me atrasei tanto assim?

– Um pouco. Esta ansiedade é que faz tudo parecer maior.

– Eu sempre venho, você sabe.

– Fico sem lugar quando você demora.

– Nossos encontros não têm hora pra acontecer. Decidimos isso lá atrás, lembra?

– Eu sei, eu sei. É que… deixa pra lá, bobagem.

– Começou, agora fala.

– Tenho medo de você se cansar, de não aparecer mais.

– Sério? Depois de todo esse tempo?

– Pra mim é como se fosse sempre a primeira vez. Não me permito errar.

– Quem disse que você já acertou?

– Nossa, por que você está tão crítico hoje?

– Nunca deixei de ser.

– Não sei se isso me motiva.

– Pois deveria. Ninguém evolui só com elogios.

– Acho que preciso de um, agora.

– Já lhe disse que gosto da sua criatividade, de acompanhar seu crescimento. Vivemos muita coisa juntos.

– O passado pouco importa. Aposto que você não me perdoaria se eu me acomodasse.

– Nenhuma acomodação é boa. Mas jamais te abandonaria assim, de uma hora pra outra.

– Jura?

– Pra que jurar? Sempre fui sincero contigo. Estamos juntos porque você me faz sorrir e chorar com a mesma facilidade.

– Queria ter feito você pensar.

– Puxa, quanta insegurança. Você me faz pensar também. Satisfeito agora?

– Desculpa. Não falei pra te irritar.

– Conta outra. Você adora me irritar.

– Gosto de te provocar.

– Já parou pra pensar que somos diferentes?

– Como assim?

– O que não é ofensivo pra você, pode ser pra mim.

– Quando foi que te ofendi?

– Foi só um exemplo. Quero dizer que uma mesma ação pode ser interpretada de diversas formas.

– E como faço pra não ser mal interpretado?

– É inevitável, não se preocupe. O que não significa que não precise ter filtros.

– Que tipo de filtros?

– Depende do quanto estiver disposto a se mostrar.

– …

– Te fiz pensar agora?

– Mais do que imagina.

– Tô até me sentindo importante.

– E é… bem mais do que imagina.

– …

– O que você quis dizer com “de uma hora pra outra”?

– Quando?

– Quando falávamos sobre acomodação.

– Ah, que eu tentaria te alertar caso percebesse que você estava se afastando.

– De você?

– De si mesmo.

– …

– …

– Nos vemos na próxima crônica?

– Faz mesmo questão da minha presença?

– É pra você que eu escrevo.

– Conheço esse papo. Eu nem existia quando começou.

– E mudou tudo quando apareceu. Posso contar com você?

– Te dou minha palavra.

– Não, meu querido. Quem te dá a palavra sou eu.

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