Quase tão nocivos quanto os populistas que se revezam na cadeira da presidência, são os puxa-sacos que os orbitam. Não satisfeitos em se omitir diante de qualquer posicionamento do chefe (por mais imbecil que seja), não se envergonham em apresentar argumentos irreais, descabidos e patéticos que corroborem a bobagem original proferida. É o que estamos assistindo agora na fritura a que o presidente do Banco Central está sendo submetido, e nos ataques a uma instituição independente que está, simplesmente, cumprindo seu papel constitucional, como outrora o fizeram a Anvisa, a Petrobrás, e outros “inimigos” eleitos pelos próprios populistas na tentativa de disfarçar suas limitações, incapacidades e incompetências.
Saem Bia Kicis, Carla Zambelli, Nikolas Ferreira, entram Gleisi Hoffmann, Guilherme Boulos, Randolfe Rodrigues. Saem Rodrigo Constantino e Alexandre Garcia, entram Kennedy Alencar e Leonardo Sakamoto. Quem antes criticava a transferência de responsabilidade de seu inimigo, agora aplaude e endossa a de seu aliado (e vice-versa). Todos hipócritas da pior espécie: aquela que se camufla de defensora da democracia e de suas instituições. Como é de praxe, a mesma hipocrisia é compartilhada pelas duas seitas de adoradores de bandidos, que – por sua vez – alternam-se nos papéis de críticos ferrenhos das ações governamentais (quando oposição) e passadores de pano (quando situação).
E, assim, seguimos, presos a esse carcomido círculo vicioso, e torcendo para que – quem sabe um longínquo dia – a maioria do nosso povo canse de se guiar por idiotas.