O último elo…

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Não falta mais a outra taça.
Não faltam mais as conversas e as risadas.
Não faltam mais os olhares condescendentes de quem sempre soube o caminho certo mas esperava que o outro o descobrisse pelos seus próprios erros.
Não faltam mais os olhos nos olhos na hora do brinde.
Não faltam mais as súplicas silentes para que aqueles momentos pudessem durar só mais um dia, mais um mês, mais um ano.
Não faltam mais as palavras que faziam surgir novos horizontes.
Não falta mais o silêncio que calava a alma.
Não falta mais ele…
Pelo menos, não nesta mesa, não nesta varanda, não nesta casa, não nesta pequena maquete do Paraíso.
Tudo passou e não poderia ser diferente.
Daqui para frente, os brindes serão feitos apenas em outras mesas, em outras casas, com outras taças.
O último elo está rompido e não poderia ser diferente.
Elos, eras, ciclos só podem existir com prazo de validade.
Postergá-los além da data de vencimento os tornam, no mínimo, difíceis de serem inteiramente compreendidos.
A vida é assim e, somente assim, ela se perpetua.
Finalmente, rompido o elo, vem a revelação: sem a taça dele, a minha não estaria aqui.
Por isso, mesmo que a foto mostre apenas uma taça, a outra sempre estará lhe fazendo companhia.
Poderia ser diferente? Sim, mas não com ele…

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