Hoje é o dia dos pais. E hoje também é seu aniversário, pai. Há muitos anos essas duas datas não caíam exatamente no mesmo dia. Pra mim, são mais dois ótimos pretextos para voltar a escrever sobre você. Como se eu precisasse…
Além dos inúmeros textos que escrevi especificamente sobre você desde a sua partida, você também esteve presente quando escrevi sobre a felicidade, quando escrevi sobre o medo, quando escrevi sobre literatura, quando escrevi sobre viagens, quando escrevi sobre política, quando escrevi sobre meus filhos, quando escrevi sobre mim mesmo. Antes de você ir embora não era muito diferente, lembra? Quantas vezes pude agradecer, em textos e em palavras ditas, pelo privilégio de ser seu filho. Quantas vezes pude, pelo menos, tentar lhe dizer tudo o que você representa pra mim. E não poderia ser diferente, pai. Afinal, você está presente em todas as minhas atitudes, em todas as minhas decisões, em todos os meus sorrisos e em todas as minhas lágrimas. Você está presente nas orações e, principalmente, nos agradecimentos que faço pela manhã. Você está presente nas alegrias e nas apreensões de cada dia. Você está presente quando mergulho nas cachoeiras, nos rios e, principalmente, no mar. Você está presente nas viagens que faço, e nas emoções que cada uma delas me traz. Você está presente na forma como encaro todas as contingências da vida. Você está presente no meu olhar, no meu coração e na minha alma, e é a sua presença que me traz serenidade, paz e mansidão.
Volto a escrever sobre você, pai. E percebo que, por mais que tudo tenha sido dito inúmeras vezes, nada é realmente repetido. As palavras podem limitar os meus textos mas jamais poderiam limitar o meu amor, o meu orgulho, a minha admiração e a minha saudade. Assim como todos os seus conselhos e seus exemplos sempre foram inéditos pra mim, por mais que os tivesse ouvido por diversas vezes. É que a sua luz, pai, nunca conheceu limites!
Um brinde, pai! Um brinde a você, ao seu dia, ao seu amor e à sua luz. Tenha certeza de que você continuará presente em tudo o que eu escrever na vida. Escrever com palavras e escrever com atitudes. Você será sempre a minha inspiração para que eu possa deixar para os meus filhos, ao menos, um pequeno livro não escrito de exemplos, de princípios, de caráter e de amor. E os inúmeros livros que você escreveu para todos nós serão sempre objetos de consulta diária. Porque nada tão lindo jamais foi escrito. E mesmo tentando fazer o meu próprio livro da vida, pai, sei que vou me permitir plagiar muitas páginas dos seus, espero que não se importe.
Um brinde, pai! Um brinde ao meu maior exemplo, ao meu grande herói, ao maior orgulho da minha vida, ao olhar mais doce e ao sorriso mais verdadeiro. Assim como as palavras, os brindes se repetem. Mas, assim como as palavras, cada novo brinde é único. E vamos continuar brindando… pra sempre!