Oh Happy Day…

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Há exatos cinco anos assistíamos à apresentação da Árvore Cantante, na Rua Coberta de Gramado. O Natal Luz de 2013 foi a última experiência natalina que passei ao lado dos meus pais. Um ano depois, na noite de Natal na minha casa, minha mãe já se encontrava em outro plano e meu pai passou apenas alguns minutos conosco, absolutamente debilitado pela cardiopatia que o levaria definitivamente dali a vinte e seis dias. Seu enorme coração, o maior que já conheci, não conseguiu bater por mais de três meses sem o dela por perto…

Voltando à Rua Coberta, lembro-me nitidamente do momento em que os primeiros acordes de “Oh Happy Day” começaram. O público que lotava os bares e restaurantes em torno vibrou. Tirei meus olhos do palco e olhei para a mesa em que estávamos. Meu filho mais velho, minha esposa e meus pais cantavam e sorriam juntos. O pequeno dormia serenamente no meu colo. Voltei a olhar para o coral em forma de árvore de Natal para que ninguém notasse as lágrimas que escorriam pelo meu rosto. Lágrimas de emoção, de gratidão, de felicidade. Cantei aquela música como nunca havia cantado antes. Como nunca mais cantei desde então. Que dia feliz! Tenho saudades daquele dia. Tenho saudades de ver meus pais saudáveis, felizes, cantando com a alegria e o otimismo que sempre os caracterizaram. Tenho grande, imensa, indescritível saudade daqueles dois!

Lembro-me também do exato momento em que a canção terminou, a última daquela apresentação memorável. Pedi silenciosamente que a cantassem novamente. Quem sabe um bis? Não queria que aquela canção terminasse. Não queria que aquele instante tivesse fim. O bis não veio mas percebi, logo em seguida, que vivera ali um daqueles momentos eternos que fazem a vida ter sentido. Um daqueles muitos momentos que, somados, formam o que as pessoas costumam chamar de felicidade.

Que, em 2019, todos tenhamos muitos momentos assim!

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