O sábio e o insano…

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Algumas fotografias são capazes de me fazer voltar no tempo. São aquelas que vêm acompanhadas de vozes, de sensações, de perfumes. São aquelas que fazem meus dedos sentirem novamente a textura da pele que tocavam, que trazem aos meus ouvidos o som das gargalhadas de quem me cercava, que me permitem sentir as vibrações dos corações que batiam junto ao meu. São aquelas que fazem meus dedos sentirem novamente a textura da pele que tocavam, que trazem aos meus ouvidos o som das gargalhadas de quem me cercava, que me permitem sentir as vibrações dos corações que batiam junto ao meu. E, quando tenho a oportunidade de voltar aos mesmos lugares onde momentos marcantes foram vivenciados, as sensações afloram de uma maneira incontrolável, sobrepondo imagens que embaralham a minha mente. Passado e presente se unem para me mostrar que ambos não passam de diferentes faces de uma mesma moeda, ou diferentes notas de uma mesma melodia. Sim, algumas imagens revelam o quão longo é o caminho, e o quão curto é o tempo que disponho para percorrê-lo.

Agora mesmo, ao me deparar com a imagem da primeira fotografia, é impossível não me lembrar da segunda, tirada há pouco mais de 6 anos. Ambas retratam membros da mesma família se divertindo. Ambas têm como fundo o mesmo desafio a ser vencido – fácil para uns, difícil para outros, insuperável para a maioria. Ambas abrigam gerações diferentes unidas pelo mesmo amor. Quantas semelhanças… e quantas diferenças.

Na imagem de ontem, o sábio tinha cabelos quase brancos. Ainda que conservasse um corpo atlético para a sua idade, as limitações que seu coração físico lhe impusera eram evidentes. Ao seu lado, dois aprendizes. Duas gerações que cresciam sob a luz dos conselhos e exemplos do sábio. Apenas um deles encarara o louco desafio retratado ao fundo, provocando a admiração dos outros dois. Admiração pela superação do medo, pela coragem de se jogar no novo, no inexplorado, no misterioso. Não desconfiava o sábio, entretanto, que, com ele ao meu lado, até um mergulho no desconhecido me parecia seguro.

Na imagem de hoje, não há mais sábios retratados. Há sim duas sementes plantadas que crescem e prometem desabrochar em bondade, tolerância, sabedoria e amor. Agora, é a vez daquele menino que considerava intransponível o desafio, de deixar de lado suas incertezas e perceber que ele também tem a capacidade de tomar decisões e seguir em frente. E quem se admira com isso é o pequeno que testemunha seu ídolo e irmão lhe mostrando que os desafios da vida podem ser vencidos; sou eu que o vejo cada vez mais confiante na sua própria capacidade; é o sábio que – lá da outra face da moeda – sorri e se emociona com cada passo dado por um garoto que, desde muito cedo, teve a generosidade e a doçura do sábio como grandes fontes de inspiração.

A insana experiência trouxe alegria e confiança ao menino e a todos os demais retradados. Mas caberá sempre a ele escolher as experiências que quiser ou não viver, os desafios que decidir ou não enfrentar, os penhascos que resolver ou não escalar, os caminhos que optar ou não percorrer. Ele já aprendeu com o sábio que, mais importante que as próprias escolhas, são os princípios e os ideais que as motivam. Que, enquanto for fiel a si mesmo, sempre haverá razões pelas quais se orgulhar.

Quanto a mim, mesmo depois de 6 anos, continuo me jogando lá de cima. Não com a capacidade de vivenciar cada segundo como se fosse o último. Não com a plenitude que existe no mergulho de um rio ao se encontrar com o mar. Não com a lucidez que o sábio de cabelos brancos demonstrava diante de cada desafio. Talvez, quem sabe, ainda venha a alcançar essa iluminação algum dia antes de partir. Enquanto isso, olho para todos os rostos fotografados nas felizes imagens, e continuo certo de que, ali, o único insano ainda sou eu.

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Variações de um mesmo tema…

Os petistas e demais defensores do governo Dilma estão em polvorosa nesta segunda-feira! Clamam por justiça e gritam a plenos pulmões:
– É golpe, não disse? Sempre foi um golpe! Olhem quem vocês colocaram no poder, seus golpistas! O que você vai dizer agora seu coxinha, babaca e fascista?
Diante de tantas manifestações tão sensatas, isentas e imparciais, e na assumida posição de coxinha orgulhosamente favorável ao impeachment, gostaria apenas de elencar alguns pontos importantes e que considero extremamente esclarecedores neste momento:

Nós não colocamos ninguém no lugar da Dilma. A chapa eleita sempre foi composta de duas pessoas, e ambas receberam os mesmos votos. Todas as situações nas quais o vice assume o poder estão descritas na Constituição e foi exatamente assim que o presidente interino tomou posse: seguindo o que está determinado na Constituição. Não estão satisfeitos com isso? Votem em candidatos que apoiem uma mudança nas leis ou passem a prestar mais atenção nos vices dos seus candidatos daqui por diante;

Fico animado ao ver que os petistas também possuem a capacidade de ouvir e analisar gravações não autorizadas, feitas contra um ministro e senador da República com foro privilegiado, e cujos áudios foram liberados sem passar pelo crivo do STF e divulgados irresponsavelmente pela imprensa que patrocina o golpe;

Fico extasiado ao testemunhar que, pela primeira vez, ninguém chamou de seletiva a liberação das gravações para toda a imprensa golpista;

Fico realmente feliz ao perceber que os áudios que escancaram uma intenção clara de obstrução da justiça já estejam sendo tratados, pelos seguidores do partido da estrela vermelha, como prova cabal de um ato ilícito já consumado;

Fico impressionado ao perceber que todos os petistas passaram a considerar justas e democráticas todas as formas de manifestação contrárias a um governo, desde as marchas populares nas ruas das cidades do país, até as cusparadas na cara de seus antagonistas, a utilização de fotos de adversários como latrina em praça pública, a obstrução de estradas e vias públicas, a invasão das propriedades públicas e privadas, e o som das panelas vindo, agora, de outras e mais lúcidas varandas gourmet;

Fico admirado ao ver que, de repente, eles entenderam que a situação fiscal brasileira realmente é importante. Que a crise existe e é muito grave. Que o desemprego está aumentando assustadoramente. Que o rombo de 170 bilhões nas contas públicas deve ser questionado e investigado;

Fico boquiaberto ao acompanhar petistas se rebelando contra uma tentativa de barrar a Lava Jato. A mesma Lava Jato que, por milhares de vezes, foi chamada por eles de patrocinadora do golpe, de fantoche dos interesses internacionais, de república de Curitiba a serviço dos poderosos;

Fico entusiasmado ao presenciar petistas finalmente exigindo a deposição de um presidente apenas pela nomeação de ministros de estado investigados pela república de Curitiba, que agora deixou de ser golpista;

Mas não consigo ficar surpreso ao acompanhar todas essas mudanças de postura, mesmo depois de ter sido testemunha do comportamento oposto em relação a Dilma, Lula, Dirceu, Delúbio, Genoino, Delcídio, Mercadante, Edinho, Wagner, Berzoini, e tantos inúmeros outros. Diferentemente da maioria dos coxinhas golpistas e fascistas que só querem ver a lista de bandidos desmascarados cada vez maior, os “progressistas” do PT querem apenas preservar e glorificar a velha corja recém deposta. Afinal, como já disse uma vez um ícone dos não golpistas, “Narciso acha feio o que não é espelho”. E essa turma realmente não se enxerga!

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Comemoração consciente…

Comemorei sim! Comemorei muito! Comemorei porque tenho plena consciência de que o Brasil é um país absolutamente ingovernável com a Dilma na presidência. Tenho plena consciência de que, poucas vezes na história, um chefe de Estado conseguiu fazer com que sua nação regredisse tanto, em tão pouco tempo. Poucas vezes um governante deu tantos motivos para um processo de impedimento, seja através de suas ações diretas ou seja através de sua imensa incompetência em lidar com as forças políticas, com a sua própria base parlamentar, tão ampla e sólida no início de seu mandato. Tenho plena consciência de que uma enorme rede de corrupção será desmontada com a, agora, mais do que provável destituição da presidente.

Comemorei muito! Mesmo assim, tenho também plena consciência de que assistimos ontem a um show de horrores, protagonizado por apoiadores da ditadura, por fãs de criminosos (de direita e de esquerda), por demagogos que acham que os problemas podem ser resolvidos com cusparadas na cara de seus antagonistas, por corruptos da pior espécie, por pessoas altamente despreparadas em busca de um protagonismo que jamais lhes caberá. Tenho plena consciência de que o Temer é um conspirador cuja noção de ética se aproxima apenas do seu conceito distorcido de honestidade. Tenho plena consciência de que muitos conchavos foram feitos para que a aprovação acontecesse e de que devemos ficar atentos para que todas as investigações continuem, para que o processo de cassação do Cunha avance, para que o julgamento da chapa Dilma/Temer ocorra de forma rápida e isenta no TSE, para que todos os envolvidos na Lava Jato, de todos os partidos, sejam condenados. Tenho, enfim, plena consciência de que não foi a vitória do bem contra o mal, da honestidade contra a corrupção, da decência contra a imoralidade. Mesmo assim, comemorei e não me arrependo. Não seria hipócrita agora de me colocar como “moderado” ao ver uma corja ser expulsa da administração pública do meu país. De hipócritas, já bastam quase todos os componentes do nosso congresso. Comemorei pelos que estão de partida e não pelos que ficaram. Quero vê-los longe de lá também. E prometo que, quando isso acontecer, vou comemorar muito novamente!

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É hora de dar tchau, Dilma…

É hora de dar tchau, Dilma! Mas, antes que a choradeira comece, por favor não me venha com essa balela de ter sido vítima de um golpe. Você, seu partido, e esse seu governo desastroso são os únicos culpados. Não foi o Eduardo Cunha, não foi o Temer, não foi o Moro, não foi a Globo, não foi a oposição. A culpa é sua! Foi você quem conduziu o Brasil ao fundo do poço. Foi você quem manteve e aumentou em larga escala a matriz econômica populista e irresponsável implantada no final do governo Lula. Foi você quem gastou sempre muito mais do que arrecadou e quem usou os bancos e as autarquias federais para maquiar a verdadeira situação das contas públicas. Foi você quem desrespeitou, seguida e propositalmente, a Lei de Responsabilidade Fiscal. Foi você quem, durante anos, sangrou o caixa da Petrobrás ao segurar artificialmente o preço dos combustíveis. Foi você quem permitiu que fosse instalada uma organização criminosa em todos os órgãos da administração pública, em todas as estatais. Foi você quem mandou seus assessores mais próximos tentarem, seguidamente, obstruir a justiça. Foi você quem nomeou ministro de estado um cidadão investigado pela Polícia Federal, com o único objetivo de postergar uma prisão prestes a ocorrer. Não fosse tudo isso, Dilma, não fosse a sua imensurável incompetência e sua arrogância inata, não adiantaria Eduardo Cunha, não adiantaria Temer, não adiantaria Moro, não adiantaria Globo, não adiantaria oposição. Ninguém teria sido capaz de tirá-la do cargo para a qual foi eleita. Eleita, é bom que se diga, depois de uma campanha absolutamente mentirosa, fantasiosa, e financiada com dinheiro roubado. Portanto, uma vez na vida, assuma as consequências dos seus atos!

É hora de dar tchau, Dilma! É hora de voltar a ser a figura absolutamente insignificante e despreparada que você sempre foi. É hora de voltar a se vestir do jeito que você gosta, de usar o tipo de penteado que mais lhe agrada. É hora de você parar de tentar falar em público, especialmente de improviso. É hora de você deixar de fingir que entende de economia, que você entende de gestão, que você entende a fundo de qualquer coisa. É hora de voltar a ser você mesma, Dilma. Você já pode sair do seu personagem. Você está livre, finalmente! Mas não se desespere, você até que o representou bem. Olha quanta gente acreditou em você. Muitos ainda acreditam, por incrível que pareça (bom, esses acreditam em tudo que venha do PT). Mas não dá pra representar competência, Dilma. Não dá pra representar capacidade. Não dá pra representar carisma. E você sabe disso. Muita gente lhe disse e você preferiu não ouvir…

Talvez você deseje agora ser esquecida para sempre, como um outro ex-presidente uma vez já desejou. Infelizmente, isso não será possível, Dilma. Seu nome estará pra sempre gravado na memória deste país. Gravado como a governante mais desastrosa, mais incompetente, mais irresponsável e mais limitada da nossa história. Aquela que conseguiu entregar à população brasileira, depois de sua passagem pela presidência, um país muito, mas muito pior do que aquele recebido quando tomou posse. Vamos levar décadas apenas para retornar ao patamar que já havíamos alcançado. Esse “mérito” é todo seu, Dilma! E todo mundo vai se lembrar. Mas, não se preocupe, ainda que os brasileiros não consigam atender ao seu desejo e jamais se esqueçam definitivamente de você, tenha certeza também de que quase ninguém sentirá a sua falta. Já é um consolo, não é?

Tchau, Dilma! Só mais uma coisa antes de você ir. Nós sabemos perfeitamente que o novo governo que irá assumir não será composto de pessoas éticas, honestas e preocupadas com o futuro do Brasil. Eles estão muito longe disso! São corruptos, interesseiros e ávidos pelo poder. Nada muito diferente do que a corja que lhe faz companhia e que governa o país há quase quatorze anos. Mas, não se preocupe, nós estaremos atentos. Cobraremos deles até mais do que cobramos de você, Dilma. Afinal, a cobrança deve ser sempre proporcional à capacidade de resposta das pessoas cobradas. E, ao contrário de você, esperamos que o próximo presidente interino tenha, pelo menos, um cérebro!

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Meu sonho de mulher…

Meu sonho de mulher é quase inatingível. Não se acha especial. Não veste nada original. Não se perfuma em demasia. Pelo menos, não pra me agradar.

Meu sonho de mulher encanta a cada hora. Flerta de manhã, conquista à tarde, fascina à noite. Mas é o seu sorriso que faz tudo isso acontecer em um só instante.

Meu sonho de mulher não precisa saber o que fazer para o jantar. Mas quando quer se arriscar na cozinha, sempre me deixa escolher o vinho.

Meu sonho de mulher pode deixar o quarto desarrumado. Quando o alvoroço é grande, eu me viro no meu canto. Mas, quando a ideia me agrada, faço a bagunça aumentar.

Meu sonho de mulher se emociona por qualquer bobagem. Faço de conta que não vejo e, às vezes, até sorrio, enquanto finjo que é só ela quem chora.

Meu sonho de mulher tem suas próprias amigas e não precisa dos meus. Mas, se ela os conquista tão facilmente, quem sou eu pra me opor?

Meu sonho de mulher é mãe que não se dobra. Adverte com carinho, briga, bate de frente, mas adora rolar no chão brincando ao longo da tarde.

Meu sonho de mulher não é vidente e só me pergunta uma vez o que me passa na mente. Se a resposta é vaga, respeita o tempo, e sempre acaba ouvindo a história toda.

Meu sonho de mulher pode até se deixar abater. Mas sempre se levanta e não mais espera um mundo condescendente. Já em pé, é ela quem me estende a mão.

Meu sonho de mulher reclama, discorda e opina, enquanto analisa, reflete e pondera. É orgulhosa até o ponto que a sua humildade lhe permite.

Meu sonho de mulher chega sem fazer alarde, mesmo que todos os olhares se voltem, quando na sala ela adentra.

Meu sonho de mulher tem sua força estampada no olhar, e quanto mais longe ela enxerga, mais aquela imagem me comove.

Meu sonho de mulher tem todos os motivos pra se amar. É linda, doce, forte, segura, sensata e generosa. É tão brilhante que sua luz própria me ajuda a brilhar também.

Já os meus motivos para amá-la se perdem entre a realidade e o sonho. E é assim que o meu amor ascende a uma atmosfera inatingível. Quase tão inatingível quanto o meu sonho de mulher!

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O dia seguinte…

O povo brasileiro deu ontem uma verdadeira aula de civilidade, de consciência cívica, de amor ao Brasil! Na maior manifestação popular da história do país não foram registrados confrontos, brigas ou incidentes. O povo saiu às ruas em paz para protestar contra tudo o que acredita estar errado na política brasileira. E o desastroso governo federal e seu partido não foram os únicos a serem lembrados. Cunha, Renan, Alckmin, Bolsonaro, Aécio, foram todos hostilizados, em um inequívoco sinal de que não temos mais lideranças. Mas, acima de tudo, em um inequívoco sinal de maturidade do povo brasileiro. Afinal, não esperamos mais por salvadores da pátria. A responsabilidade de reconstruir o Brasil agora é nossa! Nossa vigilância será constante, nossa atenção será redobrada e nossa paciência será cada vez menor. E os nossos políticos já sabem disso!

Os petistas, entretanto, tentam de todas as formas desmerecer a maior manifestação popular da história (não me canso de escrever isso). Chamam de golpista, de elitista, de massa sendo conduzida pela mídia e pela oposição. Quanta limitação, quantas desculpas para camuflar seus próprios erros. Eles continuam vivendo de acordo com a sua “lógica” e, de acordo com a “lógica” petista, cidadãos de classe média não podem se manifestar, pois possuem planos de saúde, pagam escolas particulares para os seus filhos, não utilizam transporte público e pagam para terem uma segurança privada. Segundo essa “lógica”, esses cidadãos compõem uma classe odiada e apartada da sociedade brasileira, uma espécie de gente que só serve pra pagar a conta mas que não pode abrir a boca. Segundo a “lógica” petista, o conceito de sociedade é bem mais restrito do que se imaginava. Pra eles, hoje, sociedade é o conjunto de pessoas que apoiam incondicionalmente as ações do governo, enquanto os que criticam, ou são golpistas ou possuem varandas gourmet (uma outra espécie de golpista que acha que panela só serve pra fazer barulho). Segundo a “lógica” petista e esquerdista, cidadãos de classe média não gostam do atual governo porque este sempre priorizou os mais pobres. Para eles, os donos das varandas gourmet querem “de volta” os políticos que pretendem entregar o país ao imperialismo americano.

Pois eu ontem reivindiquei meu direito de ir pra rua, mesmo tendo uma varanda gourmet em meu apartamento. E fui pra rua não por golpismo ou por um terceiro turno. Eu fui pra rua e não sou contra a democracia ou as instituições. Eu fui pra rua e não quero a submissão do país aos interesses internacionais. Eu fui pra rua e tenho inteligência e discernimento suficientes para fazer as minhas próprias análises da situação brasileira, independente de ler a Veja ou a Carta Capital, concordar com Arnaldo Jabour ou Jânio de Freitas, assistir ao Jornal Nacional ou ao programa do Paulo Henrique Amorim. Eu fui pra rua não porque pertença a qualquer partido ou apóie qualquer político. Eu fui pra rua porque, mesmo pagando escolas particulares para os meus filhos, eu quero um investimento muito maior em educação. Eu fui pra rua porque, embora pague caro por um plano de saúde, não me conformo em ver pessoas morrendo por falta de atendimento nos corredores dos hospitais do SUS. Eu fui pra rua porque, embora não utilize transporte público, sonho em poder pegar um metrô perto de casa e desembarcar em qualquer lugar da cidade. Eu fui pra rua porque, embora more em um edifício que tenha um sistema de vigilância 24 horas, gostaria de poder ter apenas cercas vivas na frente do meu prédio. Eu fui pra rua porque eu acho fundamental que o governo sinta a insatisfação do povo, e quando eu digo povo me refiro a pessoas de todas as classes, sem distinções e sem preconceitos. Eu fui pra rua para que o governo possa entender que está no caminho errado e que este caminho está levando a todos nós, de todas as classes, a dificuldades que não precisaríamos mais enfrentar. Eu fui pra rua porque eu vivo em um país livre e quero continuar tendo, pelo menos, a liberdade de dizer o que penso, sem ser taxado de vendido, de direitista ou de golpista por quem quer que seja. Eu fui pra rua e não recebi qualquer compensação financeira, nem mesmo uma panela velha mais resistente. Eu fui pra rua porque eu escolhi participar, escolhi fazer a minha parte. Eu fui pra rua porque cansei de ver tanta aberração, tanta incompetência e tanta roubalheira. Eu fui pra rua porque não consigo mais ficar passivamente em casa, criticando e reclamando, enquanto bebo mais uma cerveja e aprecio a vista da minha varanda gourmet!

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O dia em que um povo demitiu sua presidente…

Um mar de gente tomou conta da Praça da Liberdade hoje! Um mar de gente que foi lá para protestar contra um governo incompetente, corrupto, arrogante e mal intencionado. Contra uma presidente despreparada, inexpressiva, sem carisma, caricatura mal acabada de uma gestora eficiente, cuja falsa imagem construída especialmente para ela, não conseguiu disfarçar toda a pequenez de sua estatura política e administrativa. Um engodo histórico que apenas um populista como o Lula (e em um país como o Brasil) seria capaz de produzir.

Um mar de gente ocupou todas as ruas da Savassi. Pessoas de todas as classes (como eu sinceramente não esperava ver), de todas as raças e de todos os credos. Pessoas que cantaram o Hino Nacional com uma emoção que poucas vezes vi. Pessoas que se manifestaram com a consciência de que o governo Dilma acabou hoje, pela força de um povo. Há um bom tempo não sinto tanto orgulho por ser brasileiro. Há muito tempo não me sentia esperançoso como voltei a me sentir agora. Esperança não apenas no impeachment e no fim do mais desastroso governo que este país já teve. A minha esperança está renovada em virtude do povo brasileiro. Porque, quando entendermos que o comportamento de nossos governantes depende muito do nosso próprio comportamento, estará acesa a luz no fim do túnel pela qual tanto ansiamos. Quando entendermos que, por mais incompetente e corrupto seja o nosso governo, eles irão depender sempre do nosso aval e da nossa postura, não mais nos será possível qualquer tipo de acomodação. Nossos governantes preferem contar com a nossa passividade mas ficam encurralados quando deixamos clara a nossa indignação. E isso foi feito hoje em BH e em várias cidades do Brasil. Foi feito no Rio com um milhão de pessoas nas ruas. Está sendo feito agora em São Paulo com quase dois milhões de pessoas na Paulista. Pessoas que não receberam um centavo para se mostrarem indignadas. Não receberam lanches e nem um pãozinho sem mortadela. Todos nós fizemos hoje, simplesmente, a maior manifestação popular de que se tem notícia no Brasil!

Uma página muito importante da história deste país foi escrita hoje. Que seja apenas uma entre muitas ainda a serem escritas! Que a gente possa continuar provando para a quadrilha que ocupa, por enquanto, o governo deste país, que os filhos do Brasil estão atentos e jamais fugirão à luta!

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Agora é com você…

Agora é com você! Você que reclama da volta da inflação, do aumento do desemprego, do péssimo atendimento nos hospitais, do descaso com a educação, da insegurança nas ruas, da ineficiência do transporte público. Você que acompanhou a gastança generalizada, o aumento da carga tributária, o fim da lei de responsabilidade fiscal e a completa destruição da economia brasileira. Você que testemunhou as mentiras, os disfarces, as maquiagens feitas nas contas públicas. Você que diz não suportar mais tanta roubalheira, tantos desvios, tantas propinas, tantos envolvidos e tantos subterfúgios forjados. Você que nunca tinha visto o Brasil passar por uma recessão tão forte e tão duradoura, que nunca tinha presenciado tamanha falta de rumo, que chegou a pensar que o futuro do Brasil estaria definitivamente bem delineado.

Agora é com você! O Brasil não aceita mais desculpas. A não ser que você faça parte dos parcos nove por cento que hoje aprovam o governo petista, não existem mais razões pra ficar em casa.

Você não encontra justificativas legais para que a presidente seja afastada? Poderia lhe apresentar uma dúzia delas mas, se for esse o seu caso, venha então para as ruas pedir que ela mesma renuncie.

Você não acredita que existam bons nomes para substituí-la? Pois eu lhe digo que o Brasil está perto do fundo do poço. Que o Brasil não suporta mais três anos com esse desgoverno. Que a presidente não tem a menor ideia de qual deve ser a próxima decisão a ser tomada. Que ela enfrenta todo um congresso como oposição, não tem o apoio nem do seu próprio partido e seu respaldo popular é praticamente inexistente. Seu governo não tem nenhuma credibilidade e nenhum respeito. Seu governo, na prática, não existe mais. Quem vai substituí-la depende de uma série de circunstâncias, mas essa dúvida jamais pode ser usada como pretexto para justificar a sua acomodação.

Você acha que a oposição também é corrupta? Bem vindo ao clube. Vou até lhe contar um segredo: eu tenho certeza disso. Assim como tenho certeza de que existe hoje uma rede de corrupção instaurada em todas as autarquias públicas, em todas as estatais, em todos os órgãos da administração federal. Ainda que uma nova horda de corruptos assuma o poder, é preciso tempo para que uma estrutura tão sofisticada seja montada novamente. E, hoje, o Brasil está muito mais atento. A Lava Jato mudou as relações entre políticos e empresas e nós não iremos permitir que as coisas voltem a ser como eram. Além do mais, se mostrarmos nossa força agora, estaremos provando que sempre seremos capazes de usá-la novamente, a qualquer tempo, e eles sabem disso. Não se trata de uma marcha pela oposição. É, simplesmente, uma marcha pelo Brasil!

O governo Dilma acabou! Um governo que, na verdade, jamais existiu. Engodo sem precedentes, produto de marketing mal acabado no qual as roupas, a postura, os penteados, as plásticas, a personalidade, a coragem, o coração valente e, principalmente, a alardeada competência, existiram apenas na peça de ficção produzida por um marqueteiro muito bem pago. Embuste histórico imposto ao povo brasileiro por um megalomaníaco, populista e larápio que, além de tudo, ainda pensa que é Deus.

Agora é com você! Vamos permitir que seja prolongada indefinidamente a vida de um governo em estado vegetativo, ou vamos exigir que sejam desligados de vez os muitos aparelhos que o mantém respirando, indolente, inerte, impotente e acéfalo?

Agora é com você! O Brasil não pode mais esperar!

E aí, o que você vai fazer amanhã?

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Histórias…

Há muitos anos, um menino nasceu no pobre sertão nordestino. Viveu uma infância longe de qualquer recurso, não teve oportunidade de estudar mas, mesmo assim, sempre soube que havia nascido com a missão de mudar seu país. Deus já havia concedido a ele o senso de justiça, a sensibilidade para perceber as desigualdades, a inteligência para identificar a raiz dos problemas e, consequentemente, solucioná-los. Mudou-se para São Paulo e lá encontrou trabalho como torneiro mecânico em uma das fábricas de um país dividido. Líder nato, passou a exigir dos opressores patrões, o respeito que os metalúrgicos jamais haviam conhecido. Em virtude do seu protagonismo e de sua capacidade de liderança, chegou a ser preso na ditadura militar. Mas nunca deixou de lutar. Trabalhava de sol a sol, com afinco, interesse e competência, mesmo tendo sofrido um grave acidente de trabalho que limitava fortemente seus movimentos. Àquela altura da vida, já era um dos líderes sindicais mais importantes do país. Sua honestidade e sua constante preocupação com as pessoas chamavam a atenção de todos que o conheciam.

Encorajado pelo povo, entrou para a política e acabou no congresso federal, onde contribuiu enormemente para o fim da ditadura. Com a liberdade do país encaminhada, fundou seu próprio partido político. A princípio, ele mesmo se encarregou de fazer a triagem dos muitos interessados em fazer parte do novo grupo. Exigia de cada um deles apenas três características: honestidade, vontade de trabalhar e amor ao Brasil! Na primeira eleição direta para presidente, lá estava ele. Em um disputa acirrada perdeu para o candidato das elites. Um candidato que, assim que tomou posse, confiscou o dinheiro de todos, mergulhou o país em uma recessão absurda e acabou renunciando ao mandato após um rápido processo de impeachment. Prova de que, naturalmente, não fora eleito o homem certo para o Brasil. Vieram a segunda e a terceira eleições, e ele sempre em segundo lugar, atrás dos candidatos financiados pelas grandes corporações. O povo brasileiro continuava esquecido…

Finalmente, na quarta eleição consecutiva que disputou, e para delírio do povo, ele conseguiu se eleger presidente do país. E foi então que tudo mudou. A classe trabalhadora passou a ser ouvida, milhões de pessoas foram retiradas da pobreza, milhões de empregos foram criados, o país crescia e prosperava como nunca, à despeito dos interesses internacionais! Com um trabalho tão importante, foi reeleito facilmente e deixou o governo com o maior índice de aprovação da história. Ninguém fez tanto pelo país em tão pouco tempo. Também com facilidade, elegeu sua sucessora, que continuou seu legado com brilho, mantendo as conquistas sociais obtidas. Com a sua imensa capacidade de dizer as verdades, foi o grande responsável também pela reeleição dela, garantindo que o país se mantivesse no rumo certo do progresso, do pleno emprego, da soberania e da igualdade social.

Quando deixou o governo, ele voltou a morar no mesmo apartamento simples que já adquirira antes. E hoje, mesmo sendo um dos palestrantes mais requisitados do país, ainda reside no mesmo endereço. Prova inconteste de que nunca pensou em dinheiro. Sua recompensa sempre foi testemunhar as pessoas simples podendo ter acesso a bens que, até muito pouco tempo, apenas as elites desfrutavam. Foi o melhor presidente que o mundo já teve. É hoje, reconhecidamente, a alma mais honesta do Brasil. Seu nome já está gravado para sempre na história da humanidade!

Alguém mais distraído poderá achar que sabe o nome desse grande herói nacional. Enquanto outros podem estar se perguntando agora qual é o nome dele. Se for este o seu caso, fique à vontade pra escolher o nome que quiser. Afinal, não é possível que você não tenha percebido, desde o primeiro parágrafo, que o protagonista dessa história não passa de um personagem fictício!

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O melhor lugar do mundo…

Quando foi que você cresceu? Ainda me lembro nitidamente de conversar com você na barriga da sua mãe, no princípio chamando você apenas de bebê, de querido, de amor. Com o sexo e o nome definidos, eu e sua mãe passamos a chamá-lo de Tchuco. “Tchuco, papai está aqui”! E você chutava e se esticava com uma frequência cada vez maior, como que agradecendo pelos carinhos recebidos. Engraçado, não é? Nós nunca o chamamos assim depois que você nasceu. Nós não sabíamos, àquela altura, que você jamais seria o Tchuco. Você sempre foi o Arthur!

Quando foi que você cresceu? Nunca me esquecerei do dia quatorze de maio, quase quinze anos atrás! Aquele foi um dos dias mais felizes da minha vida, mas foi também um momento de revelação para a qual eu não estava preparado. Talvez estivesse preparado para vê-lo chorar pela primeira vez, mas não para ver seu pranto cessar assim que você foi colocado nos meus braços, e para finalmente poder envolvê-lo por inteiro no meu abraço, sussurrando as primeiras palavras de amor diretamente no seu ouvido. Momentos absolutamente eternos que jamais sairão da minha memória. Foi quando a grande revelação aconteceu. Mesmo todos esses momentos eternos não foram suficientes para sufocar a sensação de que eu ainda não o conhecia. Mas, como isso é possível? – pensava eu. Ele é meu filho, é claro que eu o conheço. E você me mostrou que, na verdade, ninguém ainda o conhecia. E você ensinou, a mim e à sua mãe, desde o momento em que o vimos pela primeira vez, que nós ainda deveríamos aprender a conhecê-lo e a amá-lo pelo que você é, não apenas pelo fato de ser o nosso filho!

Quando foi que você cresceu? Aprender a amá-lo pelo que você é foi tão fácil! A cada dia, você se mostrava mais doce, mais esperto, mais carismático, mais autêntico. Sua personalidade, suas preferências, suas manias, sua forma aberta de sorrir, sua extrema facilidade em se expressar, faziam com que eu e sua mãe nos sentíssemos os pais mais privilegiados do mundo. Aprender a conhecê-lo, entretanto, sempre foi uma tarefa menos óbvia. Não por barreiras conscientemente implantadas mas, acima de tudo, pela inacreditável diversidade de pensamentos que habitavam a sua mente, pelo seu impressionante discernimento em saber quais eram os caminhos corretos, mesmo quando você optava por não percorrê-los, pela sua ética tão fortemente ancorada nos mais altos padrões de bondade, de honestidade, de correção, de lisura! O primeiro a conhecê-lo por inteiro foi também o primeiro a me dizer o quanto o seu caráter estava sendo impecavelmente formado. Foi o primeiro a perceber a jóia de ser humano que eu havia tido o privilégio de chamar de filho, e ele, de neto!

Quando foi que você cresceu? Hoje, eu converso não mais com um menino, mas com um homem. Hoje, eu admiro o caráter e a índole de uma pessoa absolutamente cativante, íntegra, segura de suas convicções, fiel aos seus princípios e às suas crenças. E, somente depois de me emocionar ao vê-lo caminhando de cabeça erguida e de olhar altivo, é que me permito me acabar em lágrimas ao agradecer a Deus por este grande homem, diante dos meus olhos, ser também meu filho!

Quando foi que você cresceu? Quem lhe ensinou tanto sobre amizade? Quando foi que você aprendeu a ser tão grato por ter um verdadeiro amigo? Quando foi que você aprendeu a colocar todo o seu sentimento em palavras? Quando foi que você cresceu, meu filho, e passou a ser capaz de escrever mensagens tão lindas quanto esta?

O MELHOR LUGAR DO MUNDO

Eu sempre me perguntei qual seria o melhor lugar do mundo. Já pensei em muitos, mas em todos eles algo me faltava. Esse algo era o maior problema pois, por mais que eu tentasse, eu não conseguia identificar o que era. O que poderia faltar? Depois de muito tempo me perguntando a mesma coisa e não conseguindo resultado, eu conheci uma pessoa. Essa, no entanto, parecia ser como qualquer outra. Demorou, mas após um tempo descobri que eu acabava de conhecer uma das mais incríveis pessoas de todo o mundo. Se tornou de suma importância na minha vida, consertou meus erros e me mostrou oportunidades que eu não fazia ideia que existiam. Foi aí que me veio à mente a resposta tão esperada para a minha antiga pergunta. Foi aí que eu percebi o que faltava no melhor lugar do mundo. Foi só então que eu entendi que o melhor lugar do mundo não é só um lugar, mas na realidade qualquer lugar onde você necessita apenas de seus amigos e nada mais. E hoje eu agradeço a essa pessoa, meu caro amigo, que respondeu a minha pergunta e fez de cada lugar por onde passou, simplesmente, o melhor lugar do mundo!

Não sei quanto a você, meu amor, mas o melhor lugar do mundo, pra mim, será sempre onde você, seu irmão e sua mãe estiverem!

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