Quem te viu, quem te vê…

Chico Buarque acaba de proibir a utilização de sua música “Roda Viva” na abertura do programa homônimo da TV Cultura. Disse que se sentiu “desconfortável” com o tom ameno da entrevista feita com Michel Temer na última segunda-feira e, de resto, com a linha adotada pelo programa nos últimos tempos. Parece não haver um contrato firmado entre emissora e compositor, portanto, ele está no seu direito de autor da obra.

Em março deste ano, Chico já tinha retirado a permissão que havia concedido para a utilização de suas canções em um espetáculo chamado “Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 minutos”, depois que uma parte da plateia simplesmente impediu a continuidade de uma das apresentações devido ao teor de um dos monólogos que emolduravam as canções interpretadas. O monólogo, feito pelo autor da peça, falava de um país cuja presidente era desonesta. Naquela noite, após o início das manifestações, o autor pediu que os espectadores indignados se retirassem e que passassem na bilheteria para que o valor pago pelo ingresso lhes fosse devolvido. Mas eles se recusaram a sair e não permitiram que a peça continuasse, mesmo que a maioria dos presentes (entre eles, alguns amigos meus) ainda quisessem assistir ao restante da obra. Saíram triunfantes do teatro afirmando que acabavam de impedir um ato de fascismo. Eles, assim como o Chico, talvez tenham se esquecido de que, muitas vezes, é extremamente tênue a linha entre o desejo de fazer valer a sua verdade e a mera censura velada.

Esses episódios evidenciam, na minha opinião, uma característica clara da personalidade de Chico Buarque. Obviamente, ele nunca quis que suas canções fossem adotadas por pessoas com ideologias diferentes das dele. Percebo agora que, em suas composições, quando falava de liberdade, se referia apenas à liberdade dos que pensam exatamente como ele. Os demais que se calem, ou que sejam calados. Quando ele elaborava letras magistrais que disfarçavam uma crítica ácida e contundente à ditadura, seu desejo era se fazer ouvir de tal maneira, que apenas a sua própria verdade e a de seus pares prevalecesse e fosse validada. Quando ele exaltava o amor, se referia apenas ao amor entre os seus iguais, pois, em seu íntimo, só eles são realmente capazes de amar. Quase como uma casta exclusiva cujos não-membros só conhecem o ódio. Que tristeza perceber que tantas músicas marcantes na vida de inúmeras pessoas foram compostas, na verdade, apenas para algumas poucas. Que tristeza perceber também que essa impossibilidade de controle sobre sua própria obra realmente incomoda o compositor. Que ele gostaria de ter o poder de confiscar os discos, apagar os momentos marcantes que suas músicas embalaram, sequestrar as emoções que, equivocadamente, foram experimentadas durante tantos anos pelos incautos de opinião divergente.

É difícil conseguir me desvencilhar de várias das canções que marcaram minha vida. Ainda envolto na memória de tantas letras inesquecíveis, tenho, entretanto, algumas sugestões a fazer a este novo Chico desvendado. Sugestões de destinos para algumas de minhas composições favoritas, cuja admiração, agora sei, jamais trouxe alegria ou orgulho ao poeta. Afinal, elas não foram escritas para pessoas como eu. Espero, portanto, que o Chico encontre irmãos de pensamento aos quais ele possa delegar definitivamente os direitos de suas canções. Sugiro que, daqui por diante, o samba “Apesar de Você” passe a ser sempre cantado nas aberturas das convenções anuais do PT. Que “Construção” passe a ser o novo hino da Construtora Odebrecht. Que “Mulheres de Atenas” seja adotada como símbolo da liberdade feminina em países progressistas como Cuba e Venezuela. Que “Cálice” seja a música de abertura dos programas independentes e imparciais dos jornalistas Paulo Henrique Amorim e Mino Carta. Que “Olhos nos Olhos” seja cantarolada a cada depoimento feito à Polícia Federal, pelos políticos presos ou sob investigação. Que “Vai Passar” seja a música oficial dos membros do ParTido que esperam ansiosamente pelo fim da Lava Jato. Que “Geni e o Zepelim” não tenha outra guardiã a não ser a nossa inesquecível ex-presidenta. E que, claro, Lula perceba o quanto foi bem retratado na genial canção chamada “Meu Guri”, embora, neste caso, fique evidente que, na realidade atual do Brasil, infelizmente as mães dos bandidos não são mais as únicas a tentar protegê-los!

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Uma viagem de cinquenta anos…

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Nunca me imaginei com cinquenta anos. Nada a ver com um eventual receio de que jamais viesse a alcançar tal idade, muito pelo contrário. Na verdade, também nunca havia me imaginado com quarenta, ou com trinta. Ainda criança, lembro-me apenas, quem sabe inspirado por Peter Pan, de não querer crescer. Lembro-me de querer prolongar ao máximo o mundo de fantasia em que vivia, de jamais permitir que se perdesse o encanto das histórias mágicas que minha avó me contava todas as noites, de não deixar que meus irmãos menores permanecessem sozinhos na minha própria Terra do Nunca, inevitavelmente mais distante a cada dia.

Mais tarde, quando alcancei a adolescência, lembro-me, ao contrário, de querer chegar logo aos dezoito, idade que me parecia absolutamente longínqua e cuja aura de liberdade era tão sedutora, que nem mesmo as inseparáveis responsabilidades inerentes à maioridade me amedrontavam. Claro, eu tinha, àquela altura, pouca ou nenhuma noção de quais responsabilidades viria a assumir. Tenho certeza de que, se alguma noção eu tivesse, minha pressa teria desaparecido por completo, e os sonhos nos quais eu voltava à Terra do Nunca teriam sido muito mais recorrentes.

Mesmo não idealizando meu futuro, sempre tive, naturalmente, diversas referências sobre as quais acabei moldando as minhas quase inconscientes expectativas para meus anos, diria eu, mais maduros: meu padrinho, meus primos mais velhos e, principalmente, meu pai. Curioso lembrar que meu pai, embora fosse e ainda seja o modelo de ser humano que sempre almejei me tornar, acabou comemorando os seus cinquenta anos de uma forma absolutamente emblemática, mas que jamais pretendi replicar. Sua comemoração (e minha, evidentemente) foi ter sobrevivido ao seu primeiro infarto, ocorrido alguns meses antes do seu aniversário. A partir daquela idade, portanto, passei a vê-lo, pela primeira vez, como alguém que poderia ir embora a qualquer instante. Percebi que meu herói imbatível podia ser ferido. E entendi que seu coração, mesmo sendo o maior que já conheci, não era capaz de conter todo o amor que guardava. Aos cinquenta, o coração do meu pai estava irremediavelmente aberto. Talvez por isso, foi também a partir dos cinquenta que ele passou a tocar, de maneira ainda mais contundente e definitiva, a vida e a alma de quem dele se aproximasse. E essa é uma capacidade que sei que não possuo hoje, e que talvez jamais venha a adquirir, pelo menos não com a doçura que marcava sua voz, seu sorriso e seu olhar.

Chego aos cinquenta, portanto, nesta descabida comparação com meu ídolo mor, com meu coração físico em condições bem melhores. Entretanto, em uma comparação quase injusta, chego aos cinquenta ainda muito longe da serenidade, do bom senso e da luz que o coração do meu pai tão naturalmente irradiava. Coração cujos batimentos, ainda hoje, ditam o ritmo dos meus.

Chego aos cinquenta também muito distante da sabedoria que imaginei possuir a esta altura. Poucas das minhas próprias perguntas foram realmente respondidas, e os meus questionamentos sem respostas aumentam a cada instante. Com o tempo, passei a questionar até mesmo as minhas mais arraigadas certezas de outrora. Por isso, cada vez fico mais consciente do quão medíocre é o meu conhecimento sobre o mundo e sobre a vida. Se, por um lado, aprendi a gostar de mim mesmo, a me aceitar, e a me conhecer um pouco melhor, por outro ainda me admira a quase completa incapacidade de manutenção das minhas próprias verdades absolutas. A cada dia possuo menos verdades do tipo. Se meu passado deixou, há tempos, de assombrar o meu presente, este ainda não se mostrou capaz de, sozinho, dominar inteiramente a cena diária como deveria. Se, finalmente, passei a tentar analisar qualquer assunto de um ângulo bem mais distante, ainda não sei definir a partir de qual ponto do zoom começo a perder a minha capacidade de discernimento. Se consegui deixar de remoer indefinidamente meus incontáveis erros, sei que deveria, pelo menos, reduzir muito mais a frequência com a qual os cometo. E, se desenvolvi a capacidade de perdoar aos outros com relativa facilidade, ainda não posso dizer o mesmo quando a pessoa que deve ser perdoada sou eu.

Não há como negar, ainda tenho um caminho muito longo a percorrer. Mas, por outro lado, completo com imensa alegria o meu primeiro cinquentenário (e também com otimismo, como se nota). Recebi, nestes cinquenta anos, muito mais do que poderia desejar. Começando pelo privilégio de ter sido criado por pais que sempre valorizaram as pessoas pelo que elas são e não pelo que elas têm, e que formaram uma família cujos valores de integridade, de tolerância, de respeito e de amor moldaram homens e serviram de exemplo a todos que dela se aproximaram. Valores que certamente ajudaram a atrair uma luz em forma de mulher, que deu sentido à minha vida, e com a qual pude construir, dentro dos mesmos princípios, a minha própria família. Com filhos que, desde pequenos, demonstraram uma índole bem formada, personalidades bem definidas, e comportamentos repletos de ética, determinação, bondade e um impressionante senso de justiça.

Ao longo dos meus cinquenta anos, só colecionei amigos, a começar dos meus irmãos mais novos com quem sempre aprendi muito mais do que pude ensinar. Exemplos de retidão, de caráter, de disponibilidade, de força e de honestidade, que construíram famílias igualmente iluminadas e cujas condutas inspiram incontáveis pessoas mundo afora. Assim como são inspiradoras cada uma das amizades que tenho, desde as mais antigas até as mais recentes. Verdadeiros irmãos e irmãs que a vida me proporcionou, e cujos exemplos de generosidade, de superação, de garra e de persistência são, para mim, uma constante fonte de orientação na escolha dos meus próprios caminhos.

Talvez estivesse nos meus planos chegar aos cinquenta com maior tranquilidade financeira, podendo trabalhar menos, sem dificuldades ou desafios para manter minha empresa empregando muita gente. Certamente estava nos meus sonhos poder comemorar esta data ao lado das duas pessoas mais iluminadas que cruzaram o meu caminho. Nem sempre as coisas acontecem da maneira que a gente gostaria, mas são tantas, inúmeras e incontáveis bênçãos pelas quais sou grato, que aqui não cabem queixas. Sou grato pelos meus pais, pelos meus irmãos, pela minha esposa, pelos meus filhos e pela minha família. Sou grato pela minha casa e pelos meus vizinhos. Sou grato pelos meus inúmeros amigos, que fazem a minha vida ter mais significado a cada novo encontro. Sou grato pelo meu trabalho, pela minha empresa e pela seriedade com a qual ambos são reconhecidos. Sou grato pelos desafios que enfrentei, que enfrento e que, de uma forma ou de outra, sempre são superados. Sou grato pelas minhas conquistas e pelas minhas quedas, que sempre mostraram a força que possuo para me reerguer. Sou grato pelas minhas escolhas que, certas ou erradas, são, invariavelmente, oportunidades únicas de crescimento. Sou grato pelas viagens que tenho a chance de fazer e que me mantêm consciente do quão insignificante eu sou diante da imensidão do planeta. Mas sou grato, especialmente, pelas viagens que faço a cada dia, todos os dias, e que me permitem crescer sempre um pouquinho mais como homem, como pai, como esposo, como amigo, como profissional, enfim, como alma à procura do seu caminho evolutivo, e que busca (na maioria das vezes sem sucesso) aproveitar cada minuto da viagem como se fosse o último.

Por fim, encerro esta minha autoanálise da meia-idade com uma citação que, dentre todas aquelas atribuídas a Buda, foi sempre a que mais me marcou: “No final, apenas três coisas importam: o quanto você amou, o quão gentilmente você viveu e o quão graciosamente você deixou ir o que não era realmente seu”. Nestes meus primeiros cinquenta anos, por mais que eu tenha amado, sei que ainda foi muito pouco diante do amor que recebi. Por mais que eu tenha procurado ser gentil, ainda sonho ser capaz de tocar verdadeiramente cada um dos corações que encontrar. Por mais que tenha tido serenidade em aceitar minhas perdas, é ainda muito difícil compreender que nada na vida é realmente meu. Que tudo finda, termina, completa seu ciclo, inclusive a própria vida. Eu me sentirei recompensado se, ao final do meu ciclo, tiver chegado perto de alcançar essas metas aparentemente tão simples. E estou certo de que, então, poderei ascender em paz ao patamar seguinte, se puder perceber de verdade que meu tempo por aqui não foi desperdiçado. Perceber que amei, que sofri, que confortei, que sorri, que chorei, que ajudei, que aprendi, que ensinei, que ouvi, que calei, que debati, que ganhei, que perdi, que me emocionei, que admirei, que caí, que me levantei, que agradeci, que errei, que amadureci, enfim, que vivi intensamente os anos que Deus me concedeu. E, ao lembrar dos meus cinquenta anos, que eu possa chegar à conclusão de que muito cresci desde então e, com um derradeiro sorriso nos lábios, agradecer se uma única alma tiver se inspirado na mais relevante de todas as minhas viagens: a minha vida!

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Dezenove…

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A cada momento, tomamos decisões que afetam inteiramente o curso das nossas vidas. Na maioria das vezes, essas decisões e suas consequências nos passam despercebidas. Existem outras, entretanto, tão importantes, tão determinantes, tão significativas, que podem ser facilmente apontadas pelo resto dos nossos dias.

Há exatos dezenove anos, dei o passo mais importante em direção à minha própria felicidade! Dezenove anos atrás, minha vida passou a ter outro significado, outras cores, outras texturas. Dezenove anos atrás, minha companheira de alma passou a ser minha companheira de vida e, junto a ela, minha própria vida se tornou muito mais completa, minha visão de mundo se expandiu, meus sonhos alcançaram dimensões que jamais imaginei possíveis. Com ela, aprendi o verdadeiro significado de palavras que, então percebi, só conhecia na teoria: união, cumplicidade, comprometimento, ideais comuns. Palavras que me pareciam muito mais ligadas a controle do que a liberdade, a restrição de movimentos do que a ampliação de horizontes. Ela, então, me mostrou que todas essas palavras só alcançam seu real significado quando estão constantemente ligadas a outras, igualmente por mim desconhecidas àquela altura: confiança, admiração, segurança e amor. Ao lado dela, percebi que, quanto mais divido, mais ganho. Quanto mais compartilho, mais alcanço. Quanto mais ofereço, mais recebo em troca. Ela me ensinou a caminhar, a crescer, a amar, ela me ensinou a viver. Através do seu amor e da sua luz, nos foram concedidas incontáveis bênçãos, a começar das duas maiores preciosidades com as quais a vida nos presenteou.

Há dezenove anos minha vida mudou para sempre. E não encontro palavras que possam expressar a minha gratidão a Deus por tê-la colocado no meu caminho, e a ela por ter feito deste meu caminho, um aprendizado repleto de serenidade, de paz, de amor pleno, de imensurável aconchego, de verdade, de tolerância e de mansidão. Há dezenove anos, minha vida tem sentido, tem rumo, tem direção. E os obstáculos e as dificuldades que enfrentamos, são sempre mais fáceis de serem superados porque a luz que ela possui ilumina o caminho. O meu caminho, o nosso caminho. A minha vida, a nossa vida. E não há como deixar de amá-la mais a cada dia, a cada ano, e a cada vida!

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Eu quero bem mais…

Dilma e o PT deixaram o governo federal! Mas, por mais que isso seja, realmente, um imenso alívio, hoje eu quero mais para o Brasil. Eu quero bem mais do que a destituição de um governo corrupto e incompetente. Eu quero bem mais do que ter como presidente um sujeito desleal, oportunista e interesseiro. Eu quero bem mais do que ter que me contentar com o “menos pior” da vez. Eu quero bem mais do que me acostumar a ver, ano após ano, as mesmas figuras desprezíveis na câmara, no senado, nos governos estaduais, nas prefeituras. Eu quero bem mais do que ter que colocar todas as minhas esperanças em um único juiz, em um único ministro, no salvador da pátria da ocasião. Eu quero ser capaz de confiar nas instituições. Eu quero bem mais do que testemunhar pessoas de direita se importando apenas com a destruição de um partido, mas não com a construção de um país. Eu quero bem mais do que aturar pessoas de esquerda ainda defendendo ideologias tacanhas e bandidos travestidos de injustiçados. Eu quero bem mais do que achar comum presenciar assaltos à luz do dia, ou não me assustar mais com o som de tiros vindos da rua. Eu quero bem mais do que me admirar quando alguém devolve o dinheiro do troco recebido a mais, ou quando deixa o telefone por ter arranhado a porta de um carro estacionado. Eu quero bem mais do que não me surpreender quando a carga de um caminhão tombado é saqueada em meia hora, mas o motorista só é socorrido em uma. Eu quero bem mais do que assistir as pessoas sendo discriminadas todos os dias pela cor da pele, condição social ou opção sexual. Eu quero bem mais do que ver empresários que sofrem, batalham e geram empregos sendo taxados de elite, de burguesia, de opressores da classe trabalhadora. Eu quero bem mais do que um governo que me dê assistência. Quero sim um governo que não me impeça de crescer como ser humano e como profissional. Eu quero bem mais do que tudo aquilo que é, mas não deveria ser considerado normal e corriqueiro. Eu quero de volta a minha capacidade de me surpreender, de me indignar, de me inconformar. E eu quero, hoje, apenas ter esperanças de que, quem sabe um dia, todos esses meus desejos poderão mesmo se tornar realidade. Será que estou querendo demais?

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Uma mulher de coragem…

Dilma, coração valente, é uma mulher de coragem! Os partidários da esquerda e os admiradores da nossa – ainda – presidente, se derreteram em elogios pela sua atuação ontem no senado. Disseram que ela fez um discurso histórico, que enfrentou os questionamentos dos senadores com segurança e altivez, e que, em momento algum, se escondeu ou fugiu da raia. Devo admitir que ela foi realmente corajosa ao responder (ou, pelo menos, ao fingir tentar responder) a todos os questionamentos feitos por um plenário composto, em sua imensa maioria, de pessoas altamente limitadas, despreparadas e corruptas. Reconheço que é preciso coragem para se dispor a isso, mesmo sendo ela própria um ícone do despreparo, da limitação e da incapacidade. Claro que, sem a possibilidade de réplica, inúmeras questões ficaram sem respostas e outras tantas foram respondidas incorretamente. Mais um sinal de coragem pois é preciso muita cara de pau para repetir tantas inverdades e asneiras em rede nacional. Nada muito diferente do que ela e, de resto, toda a classe política brasileira, já se acostumou a fazer diariamente.

Mas, mesmo com toda essa coragem sobrando, lamento que tenha faltado a ela a coragem necessária para admitir que errou na condução da economia, nos gastos públicos, na política de subsídios, no intervencionismo do estado, na interferência sobre as autarquias e estatais. Que tenha faltado coragem para admitir que foi essa nova política econômica a maior responsável por ter jogado o país na pior recessão da história. Que tenha faltado coragem para dizer que ela não tinha outra opção a não ser mentir na campanha eleitoral e esconder dados, lançar mão de propagandas fantasiosas, aumentar gastos indiscriminadamente, enfim, aniquilar a saúde fiscal do país para poder se reeleger (mesmo assim, a duríssimas penas). Para os fãs da nossa presidenta, nada disso é realmente importante. O que importa é ter coragem para encarar de frente todos os golpistas. Eu, particularmente, não vejo tanta vantagem nisso. Tanto ela quanto os nossos ilustres senadores pertencem à mesma laia de pessoas incompetentes que se julgam acima da lei.

Amanhã, será a vez deles mandarem de volta pra casa o maior engodo jamais imposto à população brasileira. A presidente mais incompetente, mais despreparada, mais limitada e mais desastrosa da história do país. Espero que, em breve, o povo brasileiro possa ter consciência e discernimento suficientes para mandar também pra casa a grande maioria dos imbecis que ocupam os cargos na câmara e no senado e que, infelizmente, hoje cumprem seus papéis constitucionais de juizes. Espero também que o nosso próximo presidente (presidente mesmo, não o interino oportunista que vai ocupar o cargo até 2018) possa vir a ter outras inúmeras qualidades além da coragem. A gente precisa e merece muito mais do que apenas outro coração valente!

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Intermezzo Sinfonico, a música da minha mãe…

Sei que você está aqui agora, mãe! Ouvindo essa música que hipnotiza a todos no Palácio das Artes. Ouvindo cada acorde dessa melodia cuja regência acontece em sua homenagem. Eu não a ouvia desde aquele doloroso sábado, dia quatro de outubro de 2014. E, desde então, ela passou a ter um significado completamente diferente pra mim. Essa música passou a ser sua, mãe. E assim irei considerá-la pelo resto da minha vida. E, ouvindo-a agora, entendo o motivo da sua escolha. Suas notas compõem uma sinfonia que nos envolve com uma imensa paz, mas, ao mesmo tempo, nos transmite tamanha profundidade, tamanha entrega, tamanho aconchego, tamanha plenitude! E só agora, através da regência sensível do maestro que sempre conheceu as partituras da sinfonia tão bem quanto as partituras do seu coração, pude compreender que ela nunca foi uma música de partida. Ela é e sempre foi uma música de chegada. A música de quem inicia uma nova vida, a música de quem recomeça, a música de quem renasce. E foi por isso que você a escolheu. E você não poderia ter feito uma escolha melhor, mãe! Essa música é a sua cara. É doce, suave, marcante, generosa, inesquecível e absolutamente deslumbrante! É o retrato perfeito da sua alma. E que alma linda você tem, mãe!

Saiba que, embora a regência caiba hoje apenas às duas mãos iluminadas que você trouxe ao mundo, somam-se a elas a minha energia e a energia de tantas outras pessoas aqui presentes que fazem de cada nota, de cada acorde, de cada estrofe e de cada lágrima, uma sinfonia de admiração, de gratidão, de saudade e de amor eternos a você! E é também para você, mãe, hoje e sempre, o nosso aplauso de pé!

Bravissima!

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Fim de férias…

As Olimpíadas chegaram ao fim. Durante dezessete dias, falamos muito mais sobre esporte do que sobre economia, política, insegurança e desemprego. Durante dezessete dias, exaltamos as nossas capacidades e habilidades e deixamos de lado as nossas incompetências, as propinas, os ladrões e os corruptos. Durante dezessete dias, enaltecemos a confraternização dos povos e nos esquecemos das guerras civis, dos terroristas, dos conflitos que assolam o mundo. Exatamente por isso, muitos chamam as Olimpíadas de ilusão, de ópio, de cortina de fumaça que só servem para mascarar uma realidade cada vez mais triste e preocupante. Será mesmo? Será que elas não são apenas um domingo de descanso depois de uma semana árdua de trabalho? Será que não são as ansiadas férias depois de um ano inteiro na labuta? Será que não são um happy hour com os colegas no final do dia? Ou um futebol com os amigos no fim de semana? Será que a gente não precisa, de vez em quando, de uma folga de tantas notícias ruins, de tantas mazelas, de tantos desastres, de tantas preocupações? Os problemas não deixaram de existir, todo mundo sabe disso. Mas, assim como o chopp no happy hour não elimina os angústias do trabalho, assim como as férias não nos fazem esquecer das nossas responsabilidades diárias, assim como a pelada do fim de semana não apaga as nossas frustrações e decepções, curtir e vivenciar as Olimpíadas também não nos transforma em seres alienados alheios aos graves problemas do país e do mundo. Mas a gente precisava de um tempo pra recuperar as forças e o ânimo. Nós, brasileiros, precisávamos, como nunca, de uma injeção de confiança, de autoestima, de motivação. E essa injeção veio na forma do esporte. Veio na forma de saltos, de remadas, de bloqueios, de cestas, de gols. Veio na forma de música, de luzes e de fogos. Veio na forma de explosões de alegria e na forma de lágrimas de decepção. Veio na forma de explosões de dor e na forma de lágrimas de felicidade. Não veio pra nos fazer esquecer, veio sim pra nos fazer acreditar novamente que somos capazes. Veio pra nos fazer querer chegar mais longe. E veio pra nos lembrar que isso, chegar mais longe, realmente é possível.

As Olimpíadas acabaram e eu não vou me esquecer jamais das emoções que senti nesse happy hour tão especial. Dos exemplos de garra e de vontade, das incríveis performances dos monstros sagrados do esporte, das festas nos pódios cada vez mais empolgantes, dos sorrisos dos voluntários, das conversas com pessoas do mundo inteiro, e da emoção de poder cantar tantas vezes o nosso hino. Desde aquele entoado com intimidade pelo Paulinho da Viola na festa de abertura, até o tocado no pódio mais emocionante da história, recheado de lágrimas de pura superação dos meninos do vôlei, passando pelo inesquecível coro uníssono e orgulhoso do Maracanã comemorando, enfim, o ouro no futebol!

Puxa, a gente merecia essas férias, esse chopp, essa pelada! Foi bom demais e vai deixar saudades. Hoje, voltamos renovados a encarar a nossa rotina. Não tínhamos nos esquecido dela. Apenas a olhávamos com um pouco mais de otimismo e de confiança. Espero que agora, de volta das férias, possamos continuar assim. Obrigado, Rio. Valeu demais!

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Mais um texto sobre você…

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Hoje é o dia dos pais. E hoje também é seu aniversário, pai. Há muitos anos essas duas datas não caíam exatamente no mesmo dia. Pra mim, são mais dois ótimos pretextos para voltar a escrever sobre você. Como se eu precisasse…

Além dos inúmeros textos que escrevi especificamente sobre você desde a sua partida, você também esteve presente quando escrevi sobre a felicidade, quando escrevi sobre o medo, quando escrevi sobre literatura, quando escrevi sobre viagens, quando escrevi sobre política, quando escrevi sobre meus filhos, quando escrevi sobre mim mesmo. Antes de você ir embora não era muito diferente, lembra? Quantas vezes pude agradecer, em textos e em palavras ditas, pelo privilégio de ser seu filho. Quantas vezes pude, pelo menos, tentar lhe dizer tudo o que você representa pra mim. E não poderia ser diferente, pai. Afinal, você está presente em todas as minhas atitudes, em todas as minhas decisões, em todos os meus sorrisos e em todas as minhas lágrimas. Você está presente nas orações e, principalmente, nos agradecimentos que faço pela manhã. Você está presente nas alegrias e nas apreensões de cada dia. Você está presente quando mergulho nas cachoeiras, nos rios e, principalmente, no mar. Você está presente nas viagens que faço, e nas emoções que cada uma delas me traz. Você está presente na forma como encaro todas as contingências da vida. Você está presente no meu olhar, no meu coração e na minha alma, e é a sua presença que me traz serenidade, paz e mansidão.

Volto a escrever sobre você, pai. E percebo que, por mais que tudo tenha sido dito inúmeras vezes, nada é realmente repetido. As palavras podem limitar os meus textos mas jamais poderiam limitar o meu amor, o meu orgulho, a minha admiração e a minha saudade. Assim como todos os seus conselhos e seus exemplos sempre foram inéditos pra mim, por mais que os tivesse ouvido por diversas vezes. É que a sua luz, pai, nunca conheceu limites!

Um brinde, pai! Um brinde a você, ao seu dia, ao seu amor e à sua luz. Tenha certeza de que você continuará presente em tudo o que eu escrever na vida. Escrever com palavras e escrever com atitudes. Você será sempre a minha inspiração para que eu possa deixar para os meus filhos, ao menos, um pequeno livro não escrito de exemplos, de princípios, de caráter e de amor. E os inúmeros livros que você escreveu para todos nós serão sempre objetos de consulta diária. Porque nada tão lindo jamais foi escrito. E mesmo tentando fazer o meu próprio livro da vida, pai, sei que vou me permitir plagiar muitas páginas dos seus, espero que não se importe.

Um brinde, pai! Um brinde ao meu maior exemplo, ao meu grande herói, ao maior orgulho da minha vida, ao olhar mais doce e ao sorriso mais verdadeiro. Assim como as palavras, os brindes se repetem. Mas, assim como as palavras, cada novo brinde é único. E vamos continuar brindando… pra sempre!

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Rio 2016 – experiências e observações…

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Depois de cinco dias ininterruptos correndo de uma arena a outra, descrevo a seguir as minhas observações feitas a partir das experiências vividas nos primeiros dias dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Reitero que as impressões são minhas e não foram influenciadas pelo que tem sido divulgado pela imprensa ou pelas percepções dos demais torcedores. Afinal, as expectativas, as experiências anteriores, e os aspectos culturais variam muito de pessoa para pessoa. Começo pelo que entendo não ter funcionado (pelo menos, até agora) e finalizo comentando o que aconteceu de melhor.

Bares e lanchonetes – foi, disparado, o ponto negativo mais evidente. Um verdadeiro caos. Tudo errado. Funcionários insuficientes e mal treinados, sistema operacional de pagamento muito lento, quantidade de comida incompatível com a demanda. Filas imensas se formaram todos os dias (especialmente no sábado e domingo). Filas que quase não andavam e provocavam a ira de inúmeros torcedores que perdiam grande parte dos jogos tentando comprar um simples cachorro-quente. Muitos torcedores (eu inclusive), simplesmente desistiam de continuar tentando, especialmente os estrangeiros que não conseguiam se fazer entender.

Entrada no Parque Olímpico e nas arenas – no primeiro dia, muitas filas se formaram. Mas o sistema foi ficando mais eficiente com o passar dos dias e esse deixou de ser um grande problema. Entretanto, a entrada ainda pode ser feita de forma bem mais ágil.

Arenas – entre as arenas que eu conheci, não vi nenhuma maravilha arquitetônica mas também não vi nenhum desastre. São, no mínimo, agradáveis esteticamente vistas de fora. Internamente, atendem bem aos diversos objetivos e são visualmente bonitas, muito bem iluminadas e com um sistema de som excelente. Os acessos são adequadamente sinalizados e os banheiros, em bom número, são relativamente limpos. Poderia ser melhor? Sim, mas não é nada que comprometa. Já as lanchonetes dentro das arenas padecem dos mesmos problemas dos pontos de venda externos.

Torcida brasileira – este é um ponto bastante polêmico e varia muito da percepção de cada um. Bom, não somos um povo frio e, na minha opinião, não podemos esperar e exigir um comportamento europeu ou asiático. Não somos assim e ponto. Mas que deveríamos ser bem mais educados em relação aos nossos adversários, não resta dúvida. Bastaria que incentivássemos os nossos atletas. Vaias e ofensas aos jogadores e à torcida adversária são extremamente desagradáveis e desnecessárias. Faço essas observações especificamente com base no comportamento que presenciei (sempre de uma minoria, diga-se de passagem) nas partidas de tênis, basquete e handebol. Por outro lado, nas provas de natação e judô que acompanhei, vi uma torcida vibrante e barulhenta, mas que aplaudiu e, no caso da natação, até ovacionou muitos dos nossos adversários. Já o comportamento da torcida nas provas de ginástica artística masculina em que estive presente foi impecável. Não houve sequer uma vaia aos adversários, mesmo os que disputavam posição com o Brasil. Nem ouvi comemoração alguma quando erros de estrangeiros aconteciam. Por tudo isso, pra mim, o comportamento de um modo geral tem sido bastante razoável. Mas só iremos melhorar pra valer neste quesito à medida em que tivermos um contato maior com todos os esportes.

Segurança – apesar do medo quase generalizado do mundo todo, nunca tive receio de que a segurança dos jogos pudesse vir a ser um grande problema. Sei que já houve ocorrências pontuais mas a percepção de quem acompanha os jogos é de que o exército inteiro está no Rio. São muitas viaturas circulando constantemente nas vias de acesso e há um número ostensivo de policiais em todos os locais de competição. Caminhei de madrugada frequentemente sem nenhuma sensação de insegurança.

Transporte – outro item que funcionou melhor do que eu esperava. Embora não tenha utilizado o sistema de transporte todos os dias, as linhas de metrô conectadas ao BRT proporcionaram viagens tranquilas ao Maracanã. Existem problemas sérios de identificação visual nas estações e muita gente fica dependendo de orientações verbais que nem sempre estão disponíveis. Além disso, poucos atendentes falam inglês. No centro revitalizado, as novas linhas de VLT funcionam muito bem e os modernos carros propiciam uma viagem muito tranquila e confortável. Aliás, a revitalização de toda a área do centro histórico do Rio é, no meu ponto de vista, um dos maiores e mais importantes legados dessas Olimpíadas.

Maiores destaques – são quatro, na minha opinião, sendo três referentes especificamente a esta edição dos jogos: o parque olímpico na Barra, a atmosfera de confraternização que se vivencia na cidade a cada instante, e a fantástica, emocionante e inesquecível cerimônia de abertura. O quarto ponto alto (altíssimo, na verdade), inerente a todas as edições olímpicas, é a oportunidade única de poder ver de perto ídolos e monstros sagrados dos mais diferentes esportes.

Pois bem, tudo somado e subtraído, não restam dúvidas, para quem esteve por lá, que esta edição dos Jogos tem apresentado, pelo menos até agora, muito mais pontos positivos do que negativos. E aqui cabe uma pequena observação: este não é um texto de cunho político. Tenho plena consciência e sou da opinião que o país não deveria ter entrado na aventura de organizar um evento desta magnitude, principalmente levando-se em conta os gastos generalizados, a corrupção, as falcatruas e todas as irregularidades que marcaram, mais uma vez, as atitudes dos nossos políticos de todas as esferas. Mas os jogos estão aí e são uma oportunidade única na vida dos brasileiros, principalmente daqueles que são apaixonados pelo esporte. Portanto, se alguém ainda estiver se perguntando se vale a pena conferir de perto, nem que seja apenas uma única partida, na minha modesta opinião, pode fazer as malas!

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O que o esporte nos ensina…

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Há dois dias, se alguém tivesse me perguntado qual é o significado de uma competição esportiva tão grandiosa quanto as Olimpíadas, provavelmente teria repetido os velhos (ainda que verdadeiros) clichés usados à exaustão pelos narradores e repórteres de todas as mídias. Palavras como confraternização, união, saúde, bem-estar, lealdade, paz, superação, e muitas outras, sempre permitem a construção de frases inspiradas e emocionantes, e jamais poderão ser esquecidas, por mais que sejam ditas em profusão. Todos os sentimentos que essas palavras descrevem estiveram presentes ontem no Maracanã, durante a grande festa de abertura das Olimpíadas Rio 2016. Desde a óbvia e evidente confraternização de todos os povos – vivenciada não apenas no palco, mas principalmente nas arquibancadas – até os mais variados sentidos nos quais a palavra superação pode ser aplicada nos dias de hoje. Superação de todas as limitações que impedem o ser humano de dar o próximo passo, superação das agruras vividas por tantas pessoas nos conflitos espalhados pelos quatro cantos do planeta, superação do próprio sentimento de inferioridade que muitos ainda insistem em tentar incutir em tantos povos do mundo, e pelo qual, tantas vezes, nos deixamos contaminar, superação da nossa própria letargia em aprender com nossos erros e fazer de cada um deles uma oportunidade única de crescimento.

Mas, depois do que pude presenciar na noite de ontem, outras conhecidas palavras passaram a ter um novo significado para mim. Hoje, palavras como resgate, autenticidade, emoção, confiança e identidade, expressam com maior exatidão os sentimentos e sensações que vieram à tona ontem, ao presenciar o impecável, seguro e altivo desfile da nossa Gisele ao longo da maior passarela de que se tem notícia, ao me deparar com as paisagens indescritíveis vistas pelo nosso Santos Dumont, do alto de seu 14 Bis, finalmente sobrevoando a Cidade Maravilhosa, ao ouvir o mundo inteiro cantar e se admirar com a dádiva de se morar em um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza. Ontem, vi um país inteiro dizer para o mundo que nós somos capazes, que nós somos grandes, que nós somos um povo consciente da nossa identidade e de nossas características. Que nós não temos que buscar ser iguais aos outros, temos sim que buscar ser melhores a cada dia, melhores do que éramos ontem. Que nós temos consciência de nossas limitações mas, ao invés de nos acomodar, devemos sim trabalhar sempre para superá-las. Vi essa consciência ontem nos rostos de centenas de voluntários que trabalhavam com alegria, confiança e imensa simpatia. Vi essa consciência nos olhares iluminados pelo sol da meia-noite que brilhou no templo cada vez mais sagrado do Maracanã. Só o esporte e suas celebrações são capazes de proporcionar tamanho êxtase.

Nós somos únicos. E pensar que eu quase cheguei a me esquecer do quanto somos privilegiados. Mas hoje eu sei que não há Dilmas, nem Temers, nem Lulas, nem Cunhas, nem qualquer outro infeliz representante da nossa podre classe política que poderá nos fazer esquecer disso agora. E isso ficou claro para mim no final da festa, ao ver todos os brasileiros no estádio cantando em uníssono e, pela primeira vez, saboreando cada palavra do normalmente enfadonho grito “eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”.

Obrigado, Rio, por me devolver, mais do que apenas o orgulho, mas a vontade de ser brasileiro. Hoje, o melhor lugar do mundo, sem dúvida alguma, é aqui!

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