O carnaval se mostrou democrático como sempre. A festa mais popular do Brasil atraiu gente de todas as idades, classes, raças e credos. Nossos políticos, de todos os partidos, foram devidamente “homenageados” em todos os cantos do país. Ninguém foi poupado. Temer, Lula, Dilma, Cunha, Aécio, Renan, Padilha, Serra, Alckmin, entre muitos outros, viram seus rostos estampados de forma pejorativa nas mais diversas manifestações. Demonstração clara de como a grande maioria da população vê cada um deles hoje: mais um palhaço no salão.
Quem dera as redes sociais pudessem ter o bom senso de, assim como o carnaval, colocá-los todos no mesmo barco. Hoje, o que se vê é uma condenação seletiva. Ruim mesmo é só o bandido do partido dos outros. Não vou nem entrar no clichê repetitivo de que a mídia é parcial. Toda mídia é parcial e sempre foi. Todo veículo sempre teve opinião e isso não é de hoje. Cada um que escolha o que quer ler, ver e ouvir. E que aprenda a pensar por si próprio. Não suporto mais acompanhar relatos de pessoas chamando a Folha de golpista, e se esquecendo de que Janio de Freitas, Boulos, Duvivier, Sakamoto, Bergamo e muitos outros porta-vozes da esquerda escrevem no espaço há muito tempo. Tenho milhões de restrições a esses e a inúmeros outros colunistas e, mesmo assim, faço questão de ler quase todos, até para que possa ter argumentos para os meus próprios posicionamentos. Outros condenam a Globo e outras redes pela grande divulgação das suspeitas contra o Lula, mas enaltecem o Paulo Henrique Amorim como exemplo de repórter imparcial. Uma pessoa que defende veementemente um ex-presidente réu em diversas ações penais! Onde está a imparcialidade dele? Até as condenações são vistas como seletivas. Os réus de um partido são sempre condenados sem provas. Os réus dos outros partidos têm sempre penas pequenas, diante do mal que causaram. Quanta bobagem!
É quase inacreditável que um país em que, infelizmente, a grande maioria dos políticos, de todos os partidos, é composta por bandidos, ainda tenha tanta gente que consiga defender uma parte deles. Eu gostaria mesmo é que, no próximo carnaval, todo político corrupto deste país só pudesse acompanhar a folia pela TV comunitária da prisão. Precisamos começar do zero. Sem os grandes ladrões do dinheiro público nos próximos pleitos, poderíamos eleger nossos governantes com base apenas na competência, na história e nas propostas. Sei que isso é sonho de quarta-feira de cinzas. Mas vou sonhar agora. Não me leve a mal. Hoje ainda é carnaval!