Foi encaminhada ontem ao congresso a mais importante Proposta de Emenda Constitucional da história recente do Brasil. Em um país quebrado e com déficit bilionário crescente, nada é tão primordial e urgente quanto a aprovação da reforma da previdência. Nenhuma mudança de postura, nenhum controle mais efetivo dos gastos públicos, nenhuma gestão mais eficiente e enxuta do Estado, nada disso surtirá efeitos reais e duradouros na economia brasileira se a reforma da previdência não for aprovada. Sem a reforma, muito em breve simplesmente não haverá dinheiro para a educação, para a saúde, para a segurança, para o saneamento básico. Sem a reforma, cessarão por completo os já escassos recursos destinados à cultura, ao esporte, aos programas sociais. Sem a reforma, o futuro do país é o completo e absoluto caos. Por isso, seja você de direita ou de esquerda, a favor de um Estado assistencialista ou adepto do Estado mínimo, saiba que, sem uma reforma previdenciária robusta e significativa, não existe a menor possibilidade de que o país venha a obter recursos para a concretização de seus objetivos, sejam eles quais forem.
Jair Bolsonaro agiu como presidente e foi pessoalmente ao congresso levar a proposta, passando aos deputados e à população a devida noção de urgência e importância que o tema merece. Atitude louvável e condizente com o cargo que ocupa. Espero que, daqui pra frente, ele tome gosto por atitudes semelhantes e que abandone, sozinho e em família, o irritante hábito de inventar problemas e de criar crises para seu próprio governo. Espero também que, daqui pra frente, ele aprenda a se impor como autoridade máxima do país junto aos seus subordinados e, principalmente, aos seus filhos. Já bastam os problemas que ele terá para a aprovação de uma PEC que retira privilégios da classe política e do funcionalismo público, e que prolonga o tempo de trabalho e de contribuição de todos os trabalhadores da iniciativa privada. Já bastam os gritos de uma oposição hipócrita que, quando estava no poder, defendeu a necessidade premente da mesma reforma e não teve competência para levá-la adiante. Já bastam os lobbies que diversas corporações começam a fazer junto aos deputados e senadores, na tentativa de manterem suas regalias. Já bastam as mentiras que diversos “formadores de opinião” e “defensores das minorias” começam a propagar no intuito de minar a credibilidade de uma lei crucial para a sustentabilidade do país.
Teremos alguns meses pela frente até que a reforma da previdência seja aprovada. Não considero a hipótese de não aprovação, afinal, trata-se de uma mera questão de sobrevivência. Espero apenas que a proposta não seja amenizada de forma excessiva pelo congresso. Espero ainda mais que, ao longo dos próximos meses, assuntos tais como filmes de cineastas ideologicamente deturpados, cor das roupinhas de bebês recém-nascidos, camisas e chinelos piratas usados por autoridades, caravanas e vigílias feitas a presidiários e outras tantas aberrações que servem apenas para inspirar os incontáveis memes que invadem as redes sociais do país, sejam tratadas com a devida relevância que possuem: nenhuma!