E chegamos enfim ao grande dia. Hoje o Brasil irá eleger seu presidente e o restante de seus governadores pelos próximos quatro anos. Não preciso dizer, mais uma vez, que os dois candidatos à presidência pouco me representam. Meu voto hoje vai para a candidatura contrária àquela que considero o desastre maior para o país. Aquela que pretende manter no poder exatamente as mesmas lideranças que trouxeram o Brasil a um dos períodos mais tristes de sua história, inteiramente dominado pela incompetência, pela desonestidade e pela arrogância. Uma turma que jogou a economia do país na maior recessão de que se tem notícia, que provocou o desemprego de mais de quatorze milhões de pessoas, que levou à falência milhares de pequenas e médias empresas, que assaltou as estatais, os fundos de pensão e os bancos públicos protagonizando um dos maiores casos de corrupção da história da humanidade. São recordes e superlativos que não sou capaz de ignorar. Não consigo aceitar que continue no comando um grupo que promoveu a maior divisão da sociedade brasileira, que fez do incentivo à mesquinha aversão entre afins a base para a sustentação de seu discurso de defensor de apenas um dos lados, que imaginava ser eternamente o majoritário. Não é mais. O resultado da eleição de hoje só não será uma lavada de mais de setenta por cento dos votos porque a opção contrária também está longe de apontar um caminho de conciliação e de união do país. Não considero, entretanto, que esteja em risco a democracia e a liberdade do Brasil como tantas pessoas, com o apoio maciço da imprensa, insistem em propagar. As instituições continuarão funcionando, não tenho dúvida alguma disso.
Ao fim de mais uma campanha da qual participei ativamente, tenho muito a agradecer a muita gente. Em primeiro lugar, agradeço aos meus amigos reais e virtuais que se dispuseram a debater comigo. Aproveito também para pedir desculpas àqueles que se sentiram ofendidos em qualquer oportunidade. Tenham a certeza de que jamais foi minha intenção, muito pelo contrário. Mesmo quando fui questionado de forma ríspida e indelicada, procurei manter minhas argumentações rigorosamente dentro do campo das ideias. E tenho muito orgulho disso. Também tenho orgulho de não ter divulgado nenhuma notícia falsa. Tudo o que compartilhei aqui e em outras ferramentas foi checado antes. Tudo também foi acompanhado da minha opinião particular e a campanha deste ano me inspirou a escrever inúmeras crônicas que alcançaram, pela primeira vez, a casa dos milhares de leitores, a quem agradeço profundamente.
Agradeço especialmente à minha família, à minha esposa e aos meus filhos pelo amor incondicional e paciência ao me verem passar horas lendo e escrevendo, exatamente nos momentos em que deveria estar me dedicando exclusivamente a eles.
Agradeço também ao partido NOVO, por ter me mostrado que existe uma nova maneira de se fazer política no Brasil. Nestes muitos meses em que pude conhecer de perto seus líderes, seus valores e seus ideais, percebi pela primeira vez que ainda há esperanças de que um partido brasileiro possa se manter fiel aos seus princípios e ideologias, muito além dos interesses escusos que dominam a podre política contemporânea nacional. Que a oportunidade de governar um estado do tamanho e da importância de Minas Gerais possa ser exemplo do que o partido poderá fazer pelo país em breve. Tenho plena consciência de que muitos ajustes de conduta e diversas correções de rotas serão necessários ao longo do tempo, mas espero que a transparência, a lisura e a vontade de acertar jamais se percam. Estarei atento e serei o primeiro a cobrar caso algo do tipo aconteça.
Enfim, entendo que a campanha deste ano, depois de muito tempo, conseguiu trazer de volta um sentimento de esperança ao brasileiro. A taxa de renovação no congresso foi uma das maiores da história e conhecidos corruptos foram merecidamente reprovados pela vontade popular. Ainda resta muita gente podre e incompetente a ser defenestrada, mas alguns bons passos foram dados na direção correta. Que continuemos com essa mesma consciência daqui por diante. Só assim poderemos alcançar, finalmente, um novo patamar como nação. E que, assim como ocorre agora, jamais fujamos à luta!