A última semana antes da eleição chega ao fim e a campanha petista acumula trapalhadas e desacertos. Mesmo que, publicamente, tenha se mostrado animado com os resultados do Datafolha, que apontou uma pequena diminuição na grande diferença a favor do candidato do PSL, o fato é que o PT tem muito pouco a comemorar.
O discurso de vitimização e a conhecida postura de “coitadinhos honestos sendo ludibriados” foram contrapostos pelas imagens de coletivos circulando com a propaganda do partido na Bahia, em evidente crime eleitoral, pelo resultado do inquérito policial que apontou automutilação no caso da garota supostamente marcada a faca com o símbolo da suástica por apoiadores de Bolsonaro, pela completa ausência de provas ou indícios mais consistentes da bombástica reportagem feita pela Folha na semana passada, pela pesquisa feita pelo Ibope apontando que o percentual de apoiadores que foram influenciados pelas notícias de WhatsApp foi rigorosamente o mesmo para as duas candidaturas, e pela gravíssima acusação feita por Haddad de que o General Mourão, aos dezesseis anos de idade, havia torturado um cantor. Pior ainda, pela sua esquiva em pedir perdão pelo equívoco. “Apenas repliquei a informação de uma pessoa de confiança”, foi a desculpa dada pelo petista. Não é exatamente esse tipo de comportamento que o PT reclama com relação àqueles que espalham fake news?
O fogo amigo continuou causando estragos na candidatura petista. Mano Brown, diante de toda a cúpula do partido, admitiu a derrota, escancarou as falhas e os equívocos de uma esquerda desmantelada e proferiu uma das frases que considero mais relevantes vindas de alguém ligado ao PT: “o que mata a gente é a cegueira e o fanatismo”. O próprio Lula escreveu uma carta na prisão desmerecendo seu poste e evidenciando sua autopercepção de deus injustiçado, condição rechaçada pela maioria dos brasileiros. E, depois de Cid Gomes, seu irmão Ciro deixou o petismo a ver navios ontem, quando saiu do aeroporto sem se posicionar de forma contundente a favor de Haddad, demonstrando que a barca furada atrai cada vez menos gente.
Duas pesquisas realizadas ontem, entre elas aquela que mais se aproximou do resultado das urnas no primeiro turno, apontaram que a diferença entre os dois candidatos não se alterou e se mantém próxima de vinte pontos percentuais.
No campo econômico (ou do desespero, como queiram), Haddad passou a divulgar que suas três primeiras medidas caso eleito serão o aumento do salário mínimo inclusive para os aposentados, aumento de 20% no Bolsa-família e a determinação de que o valor do botijão de gás não poderá passar dos R$ 49,00. Disse também que “já fez as contas”. Aumento de gastos públicos, aumento do rombo da previdência e congelamento de preços. Não poderiam haver exemplos mais claros de como se faz para quebrar de vez um país.
Resta ao PT apenas o consolo de poder explorar as recorrentes bobagens ditas pelos mais diversos membros da campanha adversária, mas que não parecem afetar a intenção de votos mais cristalizada deste pleito. Amanhã veremos quais serão os resultados definitivos que, de uma forma ou de outra, irão mudar a história do Brasil!