Veredito…

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O desafio literário colocou máquina e cronista frente a frente. Dália, Sol, Aqui, Calcinado e Anarquia foram as palavras convocadas para lhes fazer companhia. Escritos os textos, o que era uma “Noite de Carnaval” nas linhas do cronista transformou-se em “Dália da Anarquia” na visão da máquina. O veredito do experimento coube a quem tinha lugar de fala:

DÁLIA: Gente, pra mim não tem comparação. Notem a diferença de enfoque. Um descreveu um acontecimento pessoal, fortuito, e, cá entre nós, meio sem graça. A outra criou uma história inspiradora, cheia de aventura, simbolismo e significado.

ANARQUIA: Isso sem falar no tempo. O pobre do cronista ralou por horas, e quase não encontra lugar pra mim. A máquina demorou 20 segundos pra entregar o texto prontinho.

AQUI: Vocês dizem isso porque são protagonistas, né? Até no título foram citadas. O cronista pode ter sofrido, mas pelo menos não me ignorou.

SOL: Aqui, acredita que eu não havia reparado que você tinha ficado de fora?

AQUI: Pois é, parece que sou insignificante pra muita gente…

CALCINADO: Concordo, Aqui. Ela te ignorou completamente, e ainda me colocou no feminino. Não sou desses chatos com as questões de gênero, mas vocês hão de convir que eu sequer fui consultado. Se eu deixar acabo virando um “calcinade” na próxima.

ANARQUIA: Nossa, vocês são muito exigentes. O cara escreve há não sei quantos anos, a coitadinha começou há três meses.

SOL: Sei que você não é muito fã de regras, Anarquia, mas a gente não deve considerar histórias pregressas. O que vale é o resultado.

DÁLIA: Acho que você tem razão, Sol. Na sua opinião, quem se saiu melhor?

SOL: Estou realmente em dúvida, e olha que não sou de deixar problemas no escuro. Mas não quero correr o risco de ser injusto.

ANARQUIA: Assim fica difícil. Se tem uma coisa que me irrita é gente certinha e sem convicção.

CALCINADO: Calma, pessoal. Por que sempre sou eu que tenho que colocar panos quentes? Existe uma razão pra estarmos todos aqui.

AQUI: Falou comigo?

DÁLIA: Não, Aqui, ele quis dizer que nosso trabalho é avaliar duas crônicas das quais somos peças fundamentais.

AQUI: Fundamentais? Fale por você.

SOL: Aqui, esse seu complexo de inferioridade tá me deixando esquentado. Eu também só fui citado uma vez em cada texto.

ANARQUIA: Galera, por mais que eu adore uma bagunça, não vamos chegar a lugar algum assim. Todos estão ansiosos pela nossa decisão.

DÁLIA: Quer saber? A gente devia dizer logo a verdade.

CALCINADO: Será? Eles podem ficar magoados.

ANARQUIA: Bom, um deles é uma máquina.

AQUI: E é dela que eu tenho mais medo. Mas estou com vocês. Sol, os esclarecimentos são seus.

SOL: Pois bem. Informo que, depois de um longo e acalorado debate, chegamos à conclusão de que máquina e cronista são muito esforçados, têm um grande potencial, mas… sabe?… como é que eu vou dizer isso?… puxa, acho que preciso de ajuda… posso chamar o nosso amigo Talento?… ele vai conseguir explicar melhor…

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