Um povo clamando por liberdade. Assim são vistas as manifestações de milhares de cubanos que tiveram a coragem de sair às ruas, depois de décadas de um regime totalitário, castrador, assassino. O povo cubano parece ter decidido enfrentar de vez a tirania de seus líderes, fato histórico que deveria estar sendo exaltado e comemorado por todos aqueles que se consideram democratas. Bem, não foi o que fizeram PT, PC do B, MST, Guilherme Boulos e muitos outros nomes da esquerda brasileira. Ao contrário, todos se posicionaram no sentido de preservar e proteger a ditadura cubana. Colocaram-se contrários à liberdade da população, às claras, sem subterfúgios.
Felizmente, a grande maioria da população brasileira se solidariza com os anseios do povo cubano. Alguns, entretanto, aplaudiram quando Bolsonaro ameaçou não realizar as eleições do próximo ano, numa evidente afronta à nossa própria liberdade. Vibraram quando o presidente afirmou ter provas de que os pleitos de 2014 e 2018 foram fraudados, quando insinuou que membros do STF estão sendo chantageados após terem sido gravados fazendo sexo com gays e menores, quando disse que um dos ministros é favorável à pedofilia. Mentiras perigosas, verdadeiros ataques às nossas instituições, ditas também às claras, sem subterfúgios.
Os acontecimentos dos últimos dias evidenciaram – mais uma vez – o desapreço que ambos os lados têm pela liberdade. Ambos fingem ser democratas apenas quando lhes convêm. Ambos dizem ser contrários aos regimes totalitários, mas não se acanham em exaltar suas “ditaduras do bem”. Ambos juram ser defensores da pluralidade de ideias, mas são incapazes de lidar com o contraditório. Ambos são hipócritas o bastante para condenarem, no adversário, as mesmas posturas das quais se orgulham.
Se você não faz parte de nenhuma das seitas, e consegue enxergar o quão próximos os dois extremos estão, então seu voto em qualquer um deles é mais do que inconcebível. É uma confissão de conivência.