Não preciso repetir aqui quais são as minhas posições políticas, quais são as minhas preferências partidárias e quais são as minhas escolhas a partir de agora. Todas elas estão claras nos inúmeros textos que publico por aqui. O meu voto no segundo turno já foi definido não por afinidade e sim por rejeição a um modelo que acabou com a economia do país, que provocou a maior recessão da história, que promoveu o maior assalto aos cofres públicos de que o mundo tem notícia, que aparelhou o Estado, que levou à falência milhares de empresas, que provocou um dos maiores índices de desemprego já vistos, que acabou com os sonhos e a esperança de milhões de brasileiros e que, mesmo diante de tudo isso, ainda tem a cara de pau de se apresentar como alternativa para colocar o Brasil de volta aos trilhos. Em qualquer situação que este projeto de poder estiver envolvido, estarei do lado oposto.
Dito isso, e no intuito de garantir que o PT se mantenha realmente longe do governo brasileiro, faço algumas observações que considero importantes. A eleição de Jair Bolsonaro está muito próxima. Nunca houve, desde a redemocratização, uma virada de primeiro para o segundo turno, ainda mais com uma votação tão expressiva para o primeiro colocado. A não ser que algo fora do comum aconteça, a não ser que o próprio Bolsonaro faça uma besteira muito grande, ele será eleito o próximo presidente do Brasil. Mas, para garantir que isso aconteça, e diante da postura de inúmeros fãs do “mito” que tenho acompanhado desde ontem, entre eles muitos amigos queridos, faço algumas ponderações aos milhões de militantes de Jair Bolsonaro:
1) Sejam humildes. Arrogância só leva à antipatia. Portanto, não questionem o resultado das urnas. Sair gritando que ele só não foi eleito no primeiro turno devido a uma fraude dá a nítida impressão de que vocês não aceitam o resultado do jogo democrático;
2) Não coloquem a culpa da não vitória nos nordestinos. Haddad ganhou no Nordeste com uma margem bem menor que Lula costumava alcançar. Demonstre solidariedade com o povo mais pobre e sofrido do país. Só assim vocês vão angariar simpatia dos indecisos, daqueles que não seguem as ordens do deus Lula;
3) Da mesma forma, não culpem os eleitores dos outros candidatos da direita. Lembrem-se que todos eles chegaram a ter índices de votação bem maiores do que os conquistados nas urnas. Todos eles perderam milhões de eleitores para o chamado “voto útil” no candidato do PSL. Os que não abandonaram seus candidatos no primeiro turno, o fizeram por se sentirem melhor representados dessa forma. Não há nada de errado nisso. A produção de memes e os questionamentos do tipo “só agora?”, apenas alimentam uma enorme antipatia. Não creio que seja isso que vocês estejam buscando, não é?
4) Mostrem o quanto o PT foi ruim, mostrem os pontos positivos do seu candidato. É só assim, com argumentos, que vocês poderão quebrar a imensa rejeição que ele sofre. Se ele é truculento por natureza, vocês da militância não precisam segui-lo. Conquistem votos na palavra e não no grito;
5) Não espalhem notícias falsas. Denunciem sempre que virem seu candidato sendo alvo de alguma inverdade, mas não repliquem na mesma moeda. No fim, ninguém mais se lembrará de quem começou a guerra de mentiras e a credibilidade terá ido para o espaço. Ninguém precisa lançar mão de mentiras para mostrar os desastres do PT. A realidade já tem argumentos fortes o bastante.
Dizem que se conselho fosse bom ninguém dava de graça, mas acho importante que, pelo menos os seguidores mais conscientes, não se esqueçam que a forma como um militante se comporta tem uma grande influência sobre todos aqueles que podem vir a se unir à causa, seja por afinidade ou seja por rejeição ao lado oposto. Ficam as dicas.