Aécio Neves é um cafajeste corrupto que iria enterrar a Lava Jato caso tivesse vencido as eleições de 2014. Foi a reeleição de Dilma Rousseff que permitiu que a operação tivesse sequência e continuasse prendendo tanta gente importante. O impeachment de Dilma foi um golpe arquitetado pelo Aécio, em conjunto com o Temer e que contou com a parcialidade da grande mídia brasileira. Seu objetivo principal sempre foi o fim da Lava Jato. Fernando Henrique Cardoso foi eleito com recursos oriundos de propina das empreiteiras que superfaturavam obras públicas. E Sérgio Moro é um juiz cuja característica mais marcante é a sua indisfarçável vaidade.
As impressões e afirmações acima foram feitas na série da Netflix “O Mecanismo”, cujos oito episódios da primeira temporada acabei de assistir nesta madrugada, em uma maratona de quase sete horas. Na verdade, os nomes dos personagens são outros na série, até para nos lembrar que, embora baseada em fatos reais, trata-se de uma produção fictícia. Aliás, quase todos os nomes foram alterados, inclusive os das instituições. Os únicos nomes mantidos foram o da operação, que continua sendo chamada de Lava Jato, e o do país, que continua sendo chamado de Brasil, numa clara indicação do que realmente importa para os produtores.
Mas o que mais me impressiona é que, mesmo com tantas afirmações e conclusões alinhadas ao pensamento de petistas e simpatizantes, a maior parte deles continua trabalhando para a proibição de veiculação da série, em mais um hipócrita arroubo de censura seletiva. Dilma, Lula, senadores, deputados, artistas e militantes do partido já se manifestaram com ameaças e convocações de boicote. E os manifestantes ainda têm a audácia de admitir que só assistiram a trechos da produção. Como fantoches treinados, concentram suas críticas na frase do Jucá que sai da boca do Lula. Pois tenho uma novidade para vocês, meus queridos: não é o Lula quem diz isso na série. É um personagem fictício chamado Higino.
Evidentemente, petistas e afins se revoltaram ao reconhecerem seu imaculado partido e seus sacrossantos membros envolvidos em um mecanismo que domina o país em todos os seus níveis. Como se o mecanismo pudesse funcionar sem a participação deles. Como se toda a engrenagem que superfatura preços, arrecada recursos, alimenta campanhas e elege governantes pudesse acontecer se os deuses do partido não tivessem a menor ideia de sua existência. Quem acredita nisso tem mesmo que criticar uma série fictícia que se aproxima da realidade. Afinal, já vivem em um mundo de ficção construído por outros diretores e roteiristas, bem mais criativos e melhor remunerados.
Portanto, tenho um conselho para vocês, caros petistas e simpatizantes: antes de continuarem a se comportar como fantoches, assistam à série. É ótima, é bem feita, tem excelentes atores, tem personagens muito bem construídos apesar dos comentários dos críticos “imparciais” que recomendaram aos seus leitores o cancelamento de suas assinaturas da Netflix. Além disso, tem um ótimo roteiro que MISTURA verdade e ficção. Por isso, antes de criticarem, assistam, avaliem, concordem, discordem, mas, acima de tudo, pensem por si próprios. Bem, perdoem-me pelo exagero, sei que agora estou pedindo demais!