Vinte de março! O que ainda falta ser descoberto sobre o dia de hoje? A cada ano, novos simbolismos são adicionados a uma data que sempre foi a mais especial da minha vida. Afinal, este dia marca o nascimento da luz que viria, um dia, iluminar os meus caminhos. Que viria adicionar cores a um mundo dominado pelos tons pastel. Que viria acrescentar temperos a uma existência carente de emoções arrebatadoras. Que viria dar confiança e vigor aos passos costumeiramente hesitantes do início da caminhada. Que viria repartir sonhos, sorrisos, lágrimas e objetivos, transformando-os em berços de novos significados. Que viria dividir comigo a dádiva da formação de novas vidas, novas trilhas, novos passos. Que viria dar sentido, estabelecer rotas, indicar direções. Que viria fundar polos de alegria, união e amizade à sua volta. Que viria brilhar incondicionalmente e, assim, também fazer brilhar quem com ela estivesse.
Em anos passados, já tive a oportunidade de mostrar o quanto o dia de hoje é especial até para o sol, que neste momento ilumina a todos com o mesmo brilho e com a mesma intensidade. Já dissertei sobre como o dia de hoje marca o início da minha estação favorita, reconhecida pelas temperaturas mais amenas, pela elegância das posturas e dos olhares, pelos vinhos mais encorpados. Já agradeci à Vida pelo meu sonho de mulher ter se tornado realidade nesta data.
Pois não é que acabo de descobrir que, desde 2013, hoje é celebrado o Dia Internacional da Felicidade? Segundo a ONU, a comemoração tem o objetivo de promover a felicidade entre os povos do mundo, evitando os conflitos sociais, étnicos ou qualquer outro tipo de comportamento que ponha em risco a paz e o bem-estar das sociedades. A escolha da data não poderia ter sido mais apropriada mas, ONU, convenhamos, vocês só descobriram isso em 2013? Eu sempre soube…
Fiquei pensando sobre os muitos outros valores que também poderiam ser comemorados no dia de hoje. O Dia da Alegria seria perfeito, mas momentos alegres são efêmeros, mesmo que frequentes, e a força dela é perene. O Dia da Justiça seria outro muito adequado, mas, paradoxalmente, seria cometida a injustiça de se deixar de fora a disponibilidade, a lealdade, a ternura. O Dia da Inteligência cairia como uma luva, mas, muito restritivo ao brilhantismo do cérebro, acabaria por relegar a segundo plano os valores do coração, a bondade, a generosidade, a grandeza do caráter. Não, o valor símbolo do dia de hoje teria mesmo que ser amplo, imensurável, completo em si, assim como a felicidade. Assim como a felicidade plena que só ela é capaz de irradiar.
A verdade é que, não fosse hoje o Dia da Felicidade, este só poderia ser chamado de Dia do Amor. E é. Sempre foi. E eu também sempre soube. A ONU apenas ainda não descobriu…