A classe política brasileira está morta. Por mais que continuem ocupando seus cargos no executivo e legislativo, a verdade é que nossos políticos não passam de zumbis aguardando apenas o tiro fatal nos seus cérebros podres, fétidos, carcomidos, decompostos. Uma classe que morreu vítima de um suicídio coletivo, pois provocada por ela mesma. Na verdade, o que temos assistido dia após dia não chega a surpreender ninguém com um mínimo de inteligência e senso crítico. Mas não deixa de ser particularmente repugnante constatar o nível da imoralidade, da desfaçatez, do cinismo, da dissimulação sórdida. Bandidos, ladrões, vigaristas, assaltantes da esperança e do dinheiro públicos. Pessoas desprovidas de qualquer caráter, de qualquer moral, de qualquer senso mínimo de ética, de justiça, de altruísmo. Hoje, o país inteiro sabe exatamente quem eles são, como eles agem, o que querem e o quanto estão dispostos a tudo para conseguirem seus objetivos. Objetivos, obviamente, sempre particulares ou, no máximo, limitados aos seus pares, às suas castas, aos seus partidos, que nada mais são do que verdadeiras quadrilhas travestidas de grupos ideológicos divergentes, absolutamente iguais nos propósitos de assalto ao país. Hoje, com exceção da turminha cuja ideologia cega exerce, há tempos, a função de seus cérebros, o brasileiro não vive mais de falsas ilusões. Se, por um lado, perdeu completamente a esperança, por outro está ciente de que não pode mais colocar o seu futuro nas mãos de canalhas.
Diante deste quadro de terra arrasada, tenho, entretanto, um imenso e sincero agradecimento a fazer. Se não fosse por um ser humano em especial, talvez jamais tivéssemos chegado a este ponto. Afinal, foi a confiança que ele sempre demonstrou na sua própria capacidade que nos trouxe até aqui. Foi a sua firmeza em manter suas decisões, mesmo contrárias às opiniões de tanta gente, que fez com que o ambiente político se tornasse propício para revelar a podridão oculta por tantos anos. Se suas atitudes tivessem sido outras, muito provavelmente pouco do que foi desvendado teria tido a devida relevância. Até mesmo o caos econômico que sua conduta firme provocou, todo o descrédito que tomou conta de setores fundamentais da nossa economia, até isso valeu a pena para que a verdadeira face de nossos políticos fosse finalmente exposta. Graças a ele, as pessoas se uniram e saíram às ruas para reivindicar seus direitos pela primeira vez. Graças a ele, as pessoas começaram a entender que são protagonistas, e não meros coadjuvantes na cena política nacional. Se não fosse por ele, ainda estaríamos nas mãos de uma ideologia tacanha, retrógrada, incompetente e ineficiente, e nosso futuro seria ainda mais sombrio. Por isso, meu mais profundo agradecimento a este ser humano ímpar, inigualável, e que mudou para sempre a história do nosso país. Muito obrigado, Dilma Rousseff!