Qual é o tamanho da minha família? Que influência as pessoas que a compõem tiveram na minha própria formação? Quantos sobrenomes eu deveria adotar para que se fizesse justiça às minhas gerações ascendentes? Quais são as características, genéticas ou comportamentais, que herdei de cada um dos meus antepassados? Qual é a história que me conta cada um dos meus sobrenomes, registrados ou não?
Ainda que muitas dessas perguntas possam ser respondidas com uma pesquisa mais apurada sobre a minha própria árvore genealógica, sei que as respostas mais precisas e preciosas estarão sempre dentro de mim. Não apenas no meu sangue mas, principalmente, no meu coração. Um coração que é capaz de misturar os já formalizados Lemos e Viegas, com os Marinho, os Gonçalves e os muitos outros de ontem, com os Mendes de hoje, e com quem quer que venha para ajudar a compor o meu amanhã.
Neste fim de semana, uma parte fundamental da minha família se reuniu para reviver histórias antigas e para vivenciar novos encontros. Se reuniu em um lugar que, por si só, carrega tantas lembranças, tantos momentos marcantes para tantos sobrenomes, que seu próprio nome não poderia ser outro, a não ser: Shangri-lá. O nosso pequeno paraíso oculto na Terra, que já havia testemunhado encontros memoráveis, celebrações inesquecíveis, discursos solenes e outros muito bem humorados, caminhadas cercadas de vida e de emoções, árvores e flores plantadas por tantas mãos abençoadas, muitas lágrimas e incontáveis sorrisos, hoje foi palco também do início de novas amizades, da descoberta de novos afetos, do despertar de velhos sentimentos adormecidos pelo tempo. Tempo que não é capaz de apagar a admiração mútua, o amor latente, os exemplos de longa data e as inspirações eternas.
Hoje, no encontro dos Lemos, os Pinheiro, os Silveira, os Monard, os Viegas, os Kerr, os Machado, os Bis, os Gomes, os Azevedo, e muitos outros, mostraram que a nossa família é muito mais do que uma união de sobrenomes. Ela é e sempre foi uma união de almas. Almas unidas pelo amor dos nossos antepassados e pelo amor dos nossos descendentes. Almas que continuam unidas mesmo depois de muitas delas terem cumprido suas missões neste plano. Almas iluminadas que, ainda hoje, continuam a emprestar seus sorrisos e sua energia a um lugar que marcou a vida de todos nós. Nós, que hoje os sentimos presentes. Nós, que hoje os vimos sorrindo. Nós que, por causa deles, hoje aprendemos a nos amar ainda mais. Nós que, em homenagem a eles, hoje lemos para os nossos filhos as suas histórias. Nós, hoje e sempre, os Lemos…