Canto meu…

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Em algum canto deste mundo, há um canto que me encanta, e não é de hoje.
Canto de esquina entre a alameda flora e a avenida ribeirão,
Canto de cantiga ou de gorgeio,
Canto que a água canta quando esparge na pedra roliça,
Canto do vento que faz dançar as flores,
Canto do som do silêncio que repara a fadiga,
Canto do cantinho preferido da saudade…
Todos os cantos parecem vir cantar aqui.
Aqui foram compostos sonetos de amor e odes à felicidade.
Por aqui, grandes vozes cantaram e seus inesquecíveis acordes ainda ressoam pelas matas.
Talvez por isso, ainda que seja doloroso voltar a cantar em seus campos, sei que é neste canto que me sinto renascer.
E, de renascimento, este meu canto entende.
Lá no cantinho do meu coração, há uma voz que suplica para que eu não me esqueça dele.
Do canto que me aquieta, do canto que me instiga, do canto que me inflama, do canto que me envolve.
Do canto que, por ser de tanta gente, sempre foi e é, cada vez mais, apenas meu!

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