Intermezzo Sinfonico, a música da minha mãe…

Sei que você está aqui agora, mãe! Ouvindo essa música que hipnotiza a todos no Palácio das Artes. Ouvindo cada acorde dessa melodia cuja regência acontece em sua homenagem. Eu não a ouvia desde aquele doloroso sábado, dia quatro de outubro de 2014. E, desde então, ela passou a ter um significado completamente diferente pra mim. Essa música passou a ser sua, mãe. E assim irei considerá-la pelo resto da minha vida. E, ouvindo-a agora, entendo o motivo da sua escolha. Suas notas compõem uma sinfonia que nos envolve com uma imensa paz, mas, ao mesmo tempo, nos transmite tamanha profundidade, tamanha entrega, tamanho aconchego, tamanha plenitude! E só agora, através da regência sensível do maestro que sempre conheceu as partituras da sinfonia tão bem quanto as partituras do seu coração, pude compreender que ela nunca foi uma música de partida. Ela é e sempre foi uma música de chegada. A música de quem inicia uma nova vida, a música de quem recomeça, a música de quem renasce. E foi por isso que você a escolheu. E você não poderia ter feito uma escolha melhor, mãe! Essa música é a sua cara. É doce, suave, marcante, generosa, inesquecível e absolutamente deslumbrante! É o retrato perfeito da sua alma. E que alma linda você tem, mãe!

Saiba que, embora a regência caiba hoje apenas às duas mãos iluminadas que você trouxe ao mundo, somam-se a elas a minha energia e a energia de tantas outras pessoas aqui presentes que fazem de cada nota, de cada acorde, de cada estrofe e de cada lágrima, uma sinfonia de admiração, de gratidão, de saudade e de amor eternos a você! E é também para você, mãe, hoje e sempre, o nosso aplauso de pé!

Bravissima!

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